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As medidas de contenção ao novo coronavírus, implementadas no estado pelo Governo de São Paulo, surtiram efeito e já seguram a disseminação da COVID-19, garantindo disponibilidade de leitos na rede hospitalar. Sem a quarentena decretada pelas administrações estadual e municipal da capital, o pico de casos de internação ocorreria já na primeira semana de abril e o sistema de saúde entraria em colapso.

A conclusão é de um estudo feito pelo Instituto Butantan, em parceria com o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo e a UnB (Universidade de Brasília). Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira (30), no Palácio dos Bandeirantes, durante entrevista coletiva do Governador João Doria.

Os resultados do estudo foram detalhados pelo presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas. Os dados mostram que, antes da quarentena, a velocidade de transmissão de casos era de uma pessoa para seis, o que exigiria acrescer 20 mil leitos à rede pública da Capital, dos quais 14 mil hospitalares e 6 mil de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O Butantan e o Centro de Contingência já haviam divulgado, na última sexta-feira (27), que as medidas de restrição vigentes reduziram os índices de contágio. A taxa era de uma pessoa para três em 20 de março e caiu de uma para duas pessoas em 25 de março.

A cidade de São Paulo possui cerca de 6 mil leitos hospitalares e outros mil de UTI. Com a redução do contágio, em razão do distanciamento social, o pico de internações na capital pelo novo coronavírus está projetado para a última semana de abril e, conforme o estudo, a necessidade de acréscimo de leitos à rede será substancialmente menor, sem colapsar o sistema.

Ainda segundo projeções realizadas por epidemiologistas do Instituto Butantan, sem as medidas de restrições do Governo de São Paulo, a epidemia de coronavírus no Estado duraria 180 dias, contados desde fevereiro – quando o primeiro caso foi registrado -, e terminaria em setembro. Nesse cenário, seriam ao todo 277 mil mortes, 1,3 milhão de hospitalizados e 315 mil casos graves com necessidade de internação em UTI.

Já com as medidas adotadas o número de mortes poderá a chegar a 111 mil, com 670 mil hospitalizações e 147 mil casos graves.