O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disponibilizou para a imprensa as mensagens enviadas a um secretário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) onde prova que denunciou a pressão pela compra da Covaxin antes da confirmação chegar ao Ministério Público Federal (MPF).
As mensagens com os alertas de uma possível corrupção no processo de compras do imunizante indiano foram disponibilizadas ao Metrópoles. A pedido do congressista, o nome do militar foi preservado.
“Avise o PR [presidente da República] que está rolando um esquema de corrupção pesado na aquisição das vacinas dentro do Ministério da Saúde. Tenho provas e as testemunhas. Sacanagem da porra… A pressão toda sobre o presidente e esses ‘FDPs’ roubando”, escreveu o parlamentar às 12h55 do dia 20 de março.
O auxiliar de Bolsonaro respondeu com uma Bandeira Nacional.
Uma hora depois, Miranda insistiu: “Não esquece de avisar o presidente. Depois, não quero ninguém dizendo que eu implodi a República. Já tem PF e o caralho no caso. Ele precisa saber e se antecipar”. A resposta foi a mesma.
O congressista, então, afirmou ao ajudante de ordens que estaria “a caminho”, dando a entender que faria uma visita a Bolsonaro no Planalto. Dois dias depois, no dia 22 de março, Miranda encaminhou documentos para o mesmo número do ajudante de ordens presidencial. “Meu irmão quer saber do presidente da República como agir”, insistiu.
A coluna Janela Indiscreta confirmou que ambos estiveram no Palácio do Planalto no dia 20 de março deste ano, quando o alerta teria sido feito ao chefe do Executivo sobre as investidas de autoridades do Ministério da Saúde para que a importação do imunizante indiano fosse acelerada. O depoimento do servidor do ministério foi dado ao MPF no dia 31 de março.
Assim que soube da notícia, nesta quarta-feira (23), o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI do Genocídio, avisou na sua cnta do Twitter que “a CPI da Covid estará requisitando segurança p/ o Deputado Luís Miranda, ao irmão e aos familiares. As informações que o Deputado está declinando à imprensa e que trará a esta CPI, são de extremo interesse público. Sua vida e de sua família precisam estar resguardadas”.
Leia mais no Metrópoles