Por Carolina Fortes
Os casos de Covid-19 têm voltado a crescer no mundo. Nesta semana, um novo surto da doença na China fez com que as autoridades publicassem um aviso no site do Ministério do Comércio orientando as famílias a estocarem alimentos “para atender à vida cotidiana e emergências”.
O órgão não fez menção a uma possível escassez de alimentos, mas a imprensa local chegou a publicar listas de bens recomendados para guardar em casa, incluindo biscoitos, macarrão instantâneo, vitaminas e lanternas.
Nas redes sociais, usuários relataram que, após o anúncio do governo, chineses correram para estocar arroz, óleo de cozinha e sal. “Assim que a notícia saiu, todos os idosos perto de mim enlouqueceram comprando no supermercado”, escreveu um perfil na rede social chinesa Weibo, semelhante ao Twitter.
Milhares de pessoas foram confinadas na última segunda-feira (1) no norte da China, e autoridades pediram à população que limite os deslocamentos após serem registrados novos casos de Covid-19 no país.
Europa
Na Europa, a semana final de outubro contabilizou 1,3 milhão de casos, alta de 7% em relação à anterior, segundo o Centro Europeu de Controle de Doenças.
A Romênia registrou na última semana o maior número de casos de Covid-19 desde o início da pandemia. A Criméia, localizada na Ucrânia, também relatou recorde de infecções pelo coronavírus.
Uma das razões é a lenta campanha de vacinação de alguns países. O caso mais emblemático é a Romênia, onde a imunização total atingiu apenas 31% da população, segundo a Universidade Johns Hopkins. Foram 226 mortes por 1 milhão de habitantes.
Esse índice é de 25 no Brasil e de zero na Islândia. Após quatro semanas com aumento dos óbitos, o presidente Klaus Iohannis classificou a situação como “alarmante”.
Na Inglaterra, o número de casos saltou de 49 mil na semana de 13 de junho para 326 mil na de 24 de outubro. Já as mortes e internações não seguiram a mesma tendência, indicando que “as vacinas desassociam a curva de contágio da de doenças graves e mortes”, afirmou no dia 20 o diretor-adjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan.
Rússia
Nesta terça-feira (3), a Rússia bateu novo recorde diário de mortes por coronavírus, quatro dias após entrar em vigor uma ordem nacional de uma semana “sem trabalho”. Foram relatados 39.008 novos casos da doença e 1.178 mortes.
No último mês, foi registrado recorde diário de infecções ou mortes em quase todos os dias. Para reduzir a disseminação da doença, o presidente Vladimir Putin ordenou lockdown em todo o país de 30 de outubro a 7 de novembro.
Ele disse, ainda, que as regiões onde a situação está mais crítica podem adicionar mais dias, se necessário. Novgorod já estendeu o fechamento por mais uma semana.
Como os hospitais estão lotados, Moscou pediu aos idosos que não saiam de casa por pelo menos quatro meses. O avanço da Covid-19 se deve à imunização de apenas 33% dos russos, embora eles tenham desenvolvido quatro vacinas.