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CGU confirma adulteração de documento da vacina indiana Covaxin

Em coletiva à imprensa, ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, negou irregularidades no preço do imunizante, mas afirmou que falsificação realmente foi feita no acordo da Bharat Biotech

Vacina Covaxin - Foto: Reprodução

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, admitiu nesta quinta-feira (29), durante uma entrevista coletiva em Brasília, que o documento do acordo emitido pelo laboratório indiano Bharat Biotech ao governo brasileiro, no qual estavam os termos para a aquisição da vacina Covaxin, foi adulterado.

Segundo Rosário, após um procedimento técnico de retirada de iluminação do documento, que sempre faz aparecerem marcas oriundas do processo de digitalização do papel, ficou evidente que no local onde constava o texto principal não havia vestígios desse tipo, diferentemente das outras áreas da folha, o que fez os peritos concluírem que aquele trecho havia sido colocado posteriormente no documento original.

Causou estranheza também o fato do cabeçalho, saudações e demais fragmentos do texto estarem em inglês, enquanto a parte principal da mensagem aparecia em português. Rosário tem certeza que houve falsificação neste caso, mas disse que, por ora, ainda não sabe quem adulterou o papel, já que a Bharat Biotech negou a emissão do documento, informando também que não autorizou sua representante no Brasil, a Precisa Medicamentos, a fazê-lo.

Após o surgimento das denúncias de corrupção envolvendo a compra da Covaxin, a partir das denúncias do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor federal de carreira do Ministério da Saúde, a Bharat Biotech resolveu rescindir o contrato de venda do imunizante, ato repetido na sequência pela gestão de Bolsonaro.

Preços

Em outra parte da entrevista, o chefe da CGU disse que não viu quaisquer irregularidades nos preços ofertados pelo imunizante indiano ao Ministério da Saúde e que o valor de U$ 15 foi o único a ser apresentado oficialmente ao governo.

“A primeira e única proposta existente do contrato é de US$ 15, inexiste sobrepreço de 1.000%, inexiste qualquer proposta da empresa de US$ 10. O que tivemos relacionado a US$ 10 foi uma reunião ocorrida em 20 de novembro de 2020 que o representante da Precisa e da Bharat, eles comentam que tem um alvo de produção de vacina que fica em torno de US$ 10”, argumentou Rosário.

“Tivemos acesso à gravação e reunião e não existe em qualquer momento proposta de preço, apenas oferta de imunizante que não tinha preço fechado e esperavam que ficaria em US$ 10. Posteriormente, em reunião em 2021, a empresa informa em reunião que os preços fechados eram de US$ 15”, garantiu o ministro da CGU.

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