Em meio à segunda onda da Covid-19, que já matou mais de 179.765 brasileiros, Jair Bolsonaro (Sem Partido) insiste na sua crença obsessiva do tratamento precoce da doença com hidroxicloroquina, que não tem comprovação científica.
Para isso, ele teria ordenado ao Ministério da Saúde que distribua o medicamento, que juntamente com a azitromicina forma o “kit covid”, nas farmácias populares, a um custo estimado de R$ 250 milhões.
Segundo reportagem de Mateus Vargas, no jornal O Estado de S.Paulo, o kit deve ser distribuído gratuitamente nas farmácias populares, que serão reembolsadas pelo governo pelos medicamentos distribuídos.
Os 2,5 milhões de comprimidos de cloroquina encalhados nos estoques do governo não serão usados na ação.
Ainda segundo a reportagem, com os R$ 250 milhões previstos para o programa, seria possível comprar mais de 13 mihões de doses da vacina produzida em parceria entre a Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca – que tem custo unitário de R$ 18,95. O lote seria suficiente para imunizar 7 milhões de brasileiros.
Nesta quinta-feira (10), Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce da Covid-19 com hidroxicloroquina e citou a África como exemplo por usar o medicamento, receitado para tratar malária, mas sem comprovação científica contra o coronavírus.
“O governo fez o possível. Não podemos atuar diretamente na questão do covid por uma questão judicial. Mas, desde o primeiro momento, falamos do tratamento precoce. Conversei agora com Ernesto Araújo, não temos notícia de nossos irmãos na África com grande quantidade de óbitos. E todos esperavam o contrário. Uma pessoa com deficiência alimentar pode ser mais vitimada. Mas por que não morreram? Porque lá tem malária e eram tratados com hidroxicloroquina. Precisa ser muito inteligente para entender?”, disse Bolsonaro.