Foto: Isac Nóbrega/PR

Atraso nas vacinas, oposição ao isolamento social e ao uso de máscaras de proteção, defesa de tratamentos sem eficácia alguma e minimização dos efeitos da pandemia. Estes são alguns dos feitos que o governo do presidente Jair Bolsonaro – que é frequentemente classificado pela oposição como “genocida” – carrega para si neste último ano, em que o Brasil enfrenta a maior tragédia sanitária de sua história.

Se no passado Bolsonaro queria que morressem 30 mil em uma guerra civil, a gestão da pandemia multiplicou por 10 este desejo. Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país ultrapassou nesta quarta-feira (24) a trágica marca de 300 mil mortes por Covid-19: já são 300.675 vidas perdidas.

Nas últimas 24h, o país registrou 1.999 óbitos. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil, que possui um expressivo sistema público de saúde, o SUS, vive seu maior colapso sanitário e hospitalar da história e é urgente a adoção de medidas restritivas rígidas em 25 unidades da federação.

No mesmo dia em que o país cruza a marca, se registra a tentativa do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de camuflar os números desta tragédia. Queiroga, que é o quarto ministro da Saúde deste país massacrado pela pandemia, criticou o lockdown em sua primeira coletiva de imprensa, contrariando a Fiocruz. Segundo ele, “ninguém quer”.

Auxílio emergencial

Mas há quem queira salvar vidas. Governadores estaduais sinalizaram que estão dispostos a seguir as diretrizes sanitárias, mas precisam que o auxílio emergencial retorne ao R$ 600 para garantir a renda da população.

 Nesta quarta, o governo decidiu – com um ano de atraso – criar um comitê de crise para lidar com a pandemia. Segundo os dados do Conass, o país registra 12.219.433 casos confirmados para a doença, com 89.414 novos infectados.

Para o cientista Miguel Nicolelis, o país deve chegar a 500 mil mortes até julho.