Uma equipe do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB-RS) que participava de uma triagem de doações aos atingidos pelas enchentes que chegaram a Pelotas, no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (11), se depararam com uma situação insólita: em meio às doações, eles encontraram uma mala que, entre outros itens, continha cerca de US$ 10 mil em espécie.
O dinheiro estava em uma mala da marca de cigarros Marlboro que tinha vindo de Santos junto a fotos, documentos e cartas do delegado aposentado da Polícia Federal Mário Cassiano Dutra, 77 anos.
Trzeciak, alertado por sua equipe, então, conseguiu contato com Dutra e constatou que o delegado, de fato, é o dono da mala e da pequena fortuna. Ele alegou que enviou os dólares por engano e que sequer lembrava que havia guardado o dinheiro.
“Esse dinheiro eu estava guardando há mais de 15 anos, para viajar para Europa quando eu me aposentasse”, disse Dutra ao jornal O Globo. Ele afirmou, ainda, que quando reaver os dólares vai doar uma parte para os atingidos pelas enchentes.
Acusação de tortura
Mário Cassiano Dutra, morador de Santos desde o início dos anos 2000, foi alvo de uma denúncia de tortura feita em 1985 pelo advogado Nélio Andrade, que alega ter sido agredido pelo policial na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. O delegado nega e, apesar de instrumentos de tortura terem sido encontrados na delegacia, o caso foi arquivado.
“Esse Nélio não gostava de mim, porque ele era advogado de pessoas inconvenientes. Ele, então, se revoltou e fazia essas denúncias infundadas”, disse ao site Metrópoles.