Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Por Luisa Fragão, da Revista Fórum

Bairros da região central de Macapá (AP) já contam com rodízio de abastecimento de energia, mas o mesmo não acontece na periferia da cidade. Enquanto as classes média e alta já podem usufruir de períodos de luz ao longo do dia, bairros pobres seguem no escuro.

De acordo com reportagem do Estado de S.Paulo, na residência onde mora o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), no bairro do Trem, região central de Macapá, os períodos de luz são precisos ao longo do dia. O serviço é fornecido de 6 horas às 12 horas e de 18 horas à meia-noite, conforme cronograma anunciado no domingo (8) pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).

Enquanto isso, na periferia da capital e cidades vizinhas, o apagão ainda é vivenciado por moradores. Em Pedrinhas, por exemplo, a noite de sábado (7) para domingo (8) foi mais uma vez de escuridão. Segundo informações da reportagem, a energia chega a ser restabelecida em alguns momentos, mas não se mantém.

A própria Companhia de Eletricidade do Amapá admitiu à reportagem a diferença de tratamento entre regiões. De acordo com a empresa, no entanto, regiões são eleitas como prioritárias por conta da presença de unidades de saúde e hospitais.

O rodízio de energia deve acontecer até a conclusão do restabelecimento total no estado, previsto pelo Ministério de Minas e Energia para o próximo fim de semana, sem dia definido.

Contudo, a Justiça Federal do Amapá havia determinado, na noite de sábado (7), que a empresa multinacional Isolux restabelecesse o fornecimento de energia elétrica em todo o estado no prazo de três dias. A decisão fixa multa de R$ 15 milhões em caso de descumprimento.

O apagão no estado foi ocasionado por um incêndio em uma subestação de energia na capital do Amapá, na última terça-feira (3). Com isso, 13 das 16 cidades do estado ficaram sem luz.

Protestos

Moradores de Macapá realizaram protestos na noite de sábado contra a falta de energia no estado. As manifestações ocorreram especialmente em bairros onde o rodízio de energia não foi cumprido.

Uma das principais reclamações dos moradores é que a CEA não tem repassado informações sobre os critérios adotados para o rodízio.

Além da energia, a água também não está sendo entregue regularmente pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa). Moradores precisam recorrer a torneiras clandestinas para se virar.