Padre Fábio de Melo (Foto: Reprodução/Facebook)

Com mais de 8,5 milhões de seguidores no Twitter, o padre Fabio de Melo virou alvo de um ataque orquestrado de haters da horda bolsonarista ao falar do “desrespeito e profanações” contra religiões de matriz africana.

“A profanação de templos não é uma novidade no Brasil. As religiões de matriz africana sofrem constantemente com desrespeito e profanações. Nós, católicos, deveríamos repudiar toda e qualquer forma de intolerância, pois o mandamento maior consiste em amor a Deus e ao próximo”, declarou o religioso após ser cobrado a se posicionar sobre o ato antirracista realizado pelo vereador Renato Freitas, do PT, em uma igreja em Curitiba, no Paraná.

“Aproveitou a profanação do templo católico pra criticar os próprios católicos e não deu um pio contra os profanadores?”, comentou o bolsonarista Jorge Morais.

“Simplesmente vergonhoso! Esperar o quê, desse aí? É só mais um infiltrado na igreja para destruí-la de dentro pra fora. Nunca foi verdadeiramente um ‘Padre’”, atacou o perfil Robson Costa, que prega Bolsonaro até 2026.

Diversos bolsonaristas foram incitados pela publicação do olavista Filipe Martins, assessor especial da presidência, que publicou uma foto de uma bandeira do PCB no ato afirmando que “o ataque ao Cristianismo é regra e não exceção na conduta comunista, ideologia que assassinou milhões de cristãos ao redor do mundo e que os persegue até os dias de hoje”.

Fabio de Melo também foi atacado por uma publicação sobre o participante Arthur Aguiar, do Big Brother Brasil 22.

“O padre está preocupado com BBB e não se preocupa com invasões do comunismo do PT nas igrejas”, comentou a bolsonarista Lu Sapelli.

O caso também está sendo usado para propagar uma fake news contra Lula (PT), que lidera as pesquisas de intenção de votos à frente de Bolsonaro.

Circula  em grupos de WhatsApp bolsonaristas nesta semana um tuíte falsamente atribuído ao ex-presidente, em que ele teria feito ataques às igrejas, diz que vai cobrar impostos delas e obrigá-las a casar gays.

Em um texto grosseiro, que encerra afirmando que “ninguém vai mandar mais em nosso governo, nem Deus”, o tuíte fake que tentou se passar por Lula ainda defendeu o vereador de Curitiba, Renato Freitas (PT), que fez manifestação antirracista dentro de uma igreja no final de semana (veja abaixo).

fake news foi desmascarada e compartilhada pelo perfil do advogado Luiz Carlos da Rocha, que integra a defesa do ex-presidente – veja aqui.