Por Luisa Fragão, da Revista Fórum
Acusado de racismo por uma atendente de pizzaria, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, dono da casa em Atibaia onde o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, foi encontrado pela polícia, disse que não se considera racista e que denúncia faz parte de uma conspiração contra ele.
Ao argumentar sobre não ser racista, Wassef disse que “já namorou uma negra” e que seu pai tem cabelo “bem pixaim”. O comentário foi feito em entrevista a Bela Megale, do jornal O Globo.
“Já namorei uma negra, o meu avô, pai de meu pai, era mulato, meio mulato. Não sou racista. Inclusive, meu pai mesmo tem o cabelo bem pixaim, encaracolado”, disse.
Danielle da Cruz Oliveira, que trabalha em uma unidade da Pizza Hut no Shopping Pier 21, em Brasília, registrou um boletim de ocorrência, na quarta-feira (11), por injúria racial contra o advogado.
De acordo com ela, Wassef foi até o balcão para reclamar da pizza que havia comido e disse: “Você é uma macaca! Você come o que te derem!”. O amigo da família Bolsonaro ainda teria encerrado a conversa dizendo que “de onde eu venho, serviçais não falam com o cliente”.
“Denúncia arquitetada”
Segundo o advogado, denúncia é “patrocinada” e se vê como alvo de um plano arquitetado para atacá-lo. “Estão mentindo e armando para destruir a minha imagem e minha reputação, me incriminar. Jamais na minha vida destratei qualquer pessoa, não sou nem fui racista, tenho grandes amigos irmãos negros”, afirmou.
“Quem está patrocinando isso? Quem está por trás disso? Arquitetaram um plano. Alguém contratou, patrocinou e pagou advogados caros e famosos de Brasília. Em nenhum momento eu chamei a moça de macaca, nem chamei de negra. Importante dizer, ela não é negra”, completou o advogado.
A Polícia Civil do Distrito Federal informou aos advogados da vítima que o episódio terá prioridade na 1ª Delegacia de Polícia de Brasília, já que se trata de uma ação de injúria racial. A informação é de Lauro Jardim.
