General Eduardo Pazuello, ministro da Saúde - Foto: Marcos Corrêa/PR

A cada dia, o governo dá mais mostras de que não adotou uma estratégia minimamente eficiente de combate à pandemia do coronavírus. O próprio Ministério da Saúde reconheceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o país não possui seringas na quantidade suficiente para a vacinação contra Covid-19.

A informação contraria o que disse o titular da pasta, ministro Eduardo Pazuello, na semana passada, de acordo com a coluna de Guilherme Amado, na Época.

“Estima-se que há nos estados mais de 52 milhões de seringas e agulhas aptas para a realização da vacinação, enquanto a estratégia para os grupos listados estima quase 30 milhões de doses para o esquema vacinal completo de duas doses”, diz o documento do ministério, endossado por Pazuello.

O registro foi encaminhado ao STF, nesta quarta-feira (13), em função de uma ação movida pela Rede Sustentabilidade, que tem o ministro Ricardo Lewandowski como relator.

“Verifica-se apenas que os estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina não teriam estoque suficiente para suprir essa demanda inicial, caso houvesse a disponibilidade imediata das 30 milhões de doses”, afirma.

Sem estoque

O documento destaca, ainda, que, “via de regra, as aquisições são realizadas pelos próprios entes federados, cabendo à União o fornecimento dos imunobiológicos necessários para a imunização. Por esse motivo, este ministério não possui estoque disponível para a realização da referida campanha de vacinação”.

As informações contrariam as declarações recentes de Pazuello: “Senhoras e senhores, não existe falta de seringa”, disse o ministro, em pronunciamento irritado, no Palácio do Planalto, na última semana passada.