Por Revista Fórum
Um estudo produzido por universidades e outras instituições brasileiras aponta que, em 2019, milícias controlavam 57,5% do território do Rio de Janeiro, o que equivale a 41 de 161 bairros. Com isso, mais de dois milhões de moradores estariam sob o domínio dos milicianos. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (19).
Os dados estão no estudo Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, feito em parceria entre o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (UFF), o Núcleo de Estudos da Violência da USP, o Disque-Denúncia e as plataformas Fogo Cruzado e Pista News.
Segundo o estudo, a expansão das milícias nos últimos anos foi tamanha que, hoje, esses grupos já ultrapassam as facções do tráfico de drogas, como o Comando Vermelho, o ADA (Amigos dos Amigos) e o TCP (Terceiro Comando Puro).
O Comando Vermelho, por exemplo, tem 39 bairros sob o seu controle, uma extensão territorial de 136 km², ou 11% da cidade, e 1,2 milhão de moradores sob o seu domínio. Trata-se da maior facção do Rio de Janeiro. Na região metropolitana, as milícias controlam 3,6 milhões de habitantes, enquanto o CV possui áreas com 2,9 milhões de moradores.
Em disputa
Chama atenção o porcentual de territórios em disputa no Rio de Janeiro, o que equivale a 25% da capital. Apenas 2% da área do Rio não estaria passando por nenhum domínio ou conflito entre grupos.
As milícias são grupos geralmente formados por Policiais Militares e Bombeiros. Em seu início, nos anos 2000, os grupos obtinham lucros a partir da extorsão dos moradores de comunidades, por meio da venda de segurança, de gás e do acesso à TV por assinatura. Hoje, são comuns atividades como grilagem e construção de prédios em áreas irregulares.
Com informações da Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo.