A inflação voltou a explodir no mês de abril com alta de 1,73% nos preços – acima de março, quando ficou em 1,62%. É o segundo mês seguido que o índice de preços retorna aos patamares dos anos 1990, quando foi lançado o Plano Real. O percentual de abril só é menor do que o registrado no mesmo mês em 1995, quando foi de 1,95%, já no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Segundo o IBGE, no ano o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumula alta de 4,31%, mais da metade dos 7,1% projetados pelo Banco Central para todo o ano de 2022. Nos últimos 12 meses, a inflação bateu 12,03%.
De acordo com o instituto, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em abril. A maior variação (3,43%) e o maior impacto (0,74 p.p.) seguem vindo do setor de transportes, que acumula alta nos combustíveis devido à política de paridade internacional adotada pela Petrobras no governo Michel Temer (MDB) e mantida por Jair Bolsonaro (PL).
Na sequência, vieram alimentação e bebidas, com alta de 2,25% e impacto de 0,47 p.p. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do IPCA-15 em abril.
A habitação chegou a 1,73% e também acelerou em relação aos 0,53% do mês anterior.
O resultado dos transportes (3,43%) foi influenciado, principalmente, pelo aumento no preço dos combustíveis (7,54%). A gasolina teve alta de 7,51% e contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês (0,48 p.p.). Além disso, houve altas nos preços do óleo diesel (13,11%), etanol (6,60%) e gás veicular (2,28%).
Em habitação (1,73%), a maior variação (8,09%) e o maior impacto (0,11 p.p.) vieram do gás de botijão, na esteira do reajuste de 16,06% no preço médio de venda do GLP para as distribuidoras aplicado a partir de 11 de março.