Jair Bolsonaro - Foto: Carolina Antunes/PR

Por Luisa Fragão, da Revista Fórum

Relatórios de Orçamento da Câmara dos Deputados apontam que o governo de Jair Bolsonaro gastou, apenas, 4,6% dos R$ 338,2 milhões disponíveis para a contratação de médicos por tempo determinado.

Ao todo, 5 mil profissionais deveriam ter sido contratados para atuar nas áreas mais impactadas pela pandemia do coronavírus. As informações são de reportagem de Vinicius Sassine, na Folha de S.Paulo.

Até o dia 20 de novembro, no entanto, o Ministério da Saúde havia gasto R$ 16 milhões da verba com as contratações. A verba total para a ação foi liberada em crédito extraordinário por meio de medidas provisórias.

Outras áreas, como a reestruturação de hospitais, compra testes de Covid-19 para presídios e incentivo à agricultura familiar para doação de alimentos, também ficaram sem investimentos, apesar do dinheiro disponível. A Câmara cita ao menos dez ações que não avançaram durante a pandemia.

Para os hospitais, por exemplo, havia uma verba disponível de R$ 70 milhões. O governo utilizou apenas 24,4% desse valor, o que equivale a R$ 17,1 milhões.

Em relação à compra de testes e aparelhos de saúde para presídios, o dinheiro utilizado foi ainda menor. O governo foi autorizado a gastar R$ 17,2 milhões com a ação, mas só utilizou 0,01% desse valor.

Estados

A justificativa do Ministério da Saúde para a subcontratação de médicos culpou, mais uma vez, os governos dos estados. Segundo a pasta, em nota enviada à reportagem, as contratações de profissionais foram feitas a partir de demandas de estados e municípios, mas sem especificar quantas e o valor gasto.