Por Luisa Fragão, da Revista Fórum
Entre os alimentos mais consumidos na pandemia, o feijão carioca foi o que registrou a maior alta em setembro. De acordo com levantamento da FecomercioSP, o grão está 45% mais caro. Em geral, produtos tiveram alta de 8,5% em setembro, quando comparados com o mesmo mês em 2019.
A maior variação nos preços dos produtos mais vendidos na pandemia apareceu nos itens de alimentação e bebida (15,7%), seguidos por produtos para casa (6,7%) e saúde e cuidados pessoais (3,3%). Nos itens para casa, o preço do detergente foi o que mais subiu (9,8%). O papel higiênico também foi destaque (7,45%). As informações constam na coluna Painel, da Folha de S.Paulo, publicada na noite desta terça-feira (29).
Nos últimos meses, o alimento que se destacou em relação à alta de preço foi o arroz. Em alguns estabelecimentos, o pacote de cinco quilos chegou a mais de R$ 40, conforme registrado em um dos supermercados da rede Condor, do Paraná. No Extra, por exemplo, um pacote de arroz da marca Prato Fino estava sendo vendido por R$ 53,25. O estabelecimento informava ainda que o pagamento poderia ser realizado em até seis parcelas de R$ 8,80.
Quebra de safra
Uma das explicações para a alta no preço do arroz nos últimos meses foi a quebra de safra do alimento nos Estados Unidos. A colheita de arroz nos EUA foi pelo menos 16% menor para a safra 2019/20, perto de 1,7 milhão de toneladas a menos, em razão do atraso para plantio gerado por problemas climáticos.
Em maio de 2020, a imprensa começou a divulgar que, em abril, as exportações brasileiras de arroz tinham aumentado em 75,6% em relação a março, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), também aproveitando a alta do dólar. No mesmo período, no entanto, as importações caíram gerando o desabastecimento interno.