Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro na loja da Kopenhagen ( Foto: Reprodução)

Por Plinio Teodoro, da Revista Fórum

Em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro, que consta na denúncia por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Luiza Sousa Paes confirmou que atuou como funcionária “fantasma” no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Com isso, ela comprovou, por meio de extratos bancários, a devolução de mais de 90% do salário para Fabrício Queiroz.

Segundo informações divulgadas por Juliana Dal Piva, Bela Megale e Chico Otavio, na edição do jornal O Globo desta quarta-feira (4), Luiza Sousa admitiu que, embora estivesse nomeada como assessora, nunca atuou como funcionária do filho de Jair Bolsonaro e era obrigada a devolver mais de 90% do salário, que era transferido ou depositado na conta de Queiroz, que à época atuava como chefe de segurança de Flávio e é acusado de ser o operador do esquema de corrupção.

Luiza Souza foi nomeada no dia 12 de agosto de 2011 e ficou registrada até 11 de abril de 2012. Depois ela foi nomeada na TV Alerj e no Departamento de Planos e Orçamentos. Durante todo o período, ela devolveu o dinheiro para as contas vinculadas ao filho do presidente.

No gabinete de Flávio, Luiza tinha um salário bruto de R$ 4.966,45. O último vencimento, recebido na TV Alerj, foi de R$ 5.264,44.

Apenas R$ 700

Em depoimento, ela disse que ficava apenas com R$ 700. Além disso, também tinha como obrigação devolver valores relativos a 13º, férias, vale-alimentação e até o valor recebido pela Receita Federal como restituição do imposto de renda. No total, Luiza confessou que devolveu cerca de R$ 160 mil em salários ao então deputado.

Ela disse ainda que as filhas de Fabrício Queiroz, Nathália e Evelyn, e Sheila Vasconcellos, uma amiga do ex-PM, também atuavam como funcionárias “fantasmas” e devolviam a maior parte do salário recebido. Segundo o MP, foram identificados R$ 878,4 mil em devolução do salário das três.