Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Luisa Fragão, da Revista Fórum

Apesar do recente aumento dos casos de Covid-19, o que tem sido apontado por especialistas como indício de uma segunda onda da pandemia no país, o governo Bolsonaro encerra neste mês os pagamentos do auxílio emergencial.

A Caixa Econômica Federal (CEF) concluirá todos os últimos depósitos do auxílio entre os dias 13 e 29 de dezembro para aqueles que se inscreveram no programa por aplicativo ou que foram incluídos por estarem no CadÚnico.

Já os beneficiários do Bolsa Família que recebem o auxílio também terão os depósitos neste mês, mas entre os dias 10 e 23.

As parcelas deste último mês variam conforme a data de entrada no programa. Beneficiários que recebem o dinheiro desde abril agora terão direito ao nono pagamento, enquanto os últimos aprovados terão a soma de quatro parcelas depositadas em suas contas.

Pobreza e desigualdade

Diversos estudos apontam para o risco de aumento da pobreza e desigualdade com o fim do auxílio emergencial. Segundo cálculos do sociólogo Rogério Barbosa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o encerramento dos repasses em meio à atual crise econômica e sanitária pode elevar a desigualdade no país ao patamar dos anos 1980.

Enquanto isso, o Bolsa Família, principal programa social de transferência de renda do país, não será capaz de absorver todos os desamparados pelo fim do auxílio. A fila do programa voltou ao patamar de quase 1 milhão de pessoas e a tendência é que número aumente nos próximos meses.