A conta de luz dos consumidores residenciais deve subir em média 14,5% em todo o país neste ano. O cálculo foi feito pela TR Soluções, consultoria da área elétrica. Essa conta inclui o pagamento de empréstimos feitos por distribuidoras de energia, na chamada Conta Covid (leia mais abaixo).
A estimativa da consultoria foi feita por de seu Serviço para Estimativa de Tarifas de Energia (Sete), que considera dados de todas as 53 distribuidoras do país, além de sete permissionárias.
Nas contas da TR, a região que sofrerá o maior impacto será a Centro-Oeste, onde os reajustes devem alcançar 21,2% em média neste ano. A seguir, aparece a região Norte, com 19,4%. Os consumidores da região Nordeste devem sentir um impacto médio de 17,6% na conta de luz.
Por fim, vêm Sudeste, com 13,1%, e Sul, com 12,2%. Esses percentuais são um cálculo da média de reajustes que devem ser praticados por distribuidoras e concessionárias de cada região. O reajuste de cada empresa é divulgado perto da data estipulada pelo contrato, levando em conta custos, efeitos de ganho de produtividade e outros quesitos.
Líder do PT na Câmara dos Deputados, o deputado Enio Verri (PT-PR) criticou a perspectiva de aumento tão elevada para as contas de luz.
“As contas de energia elétrica serão reajustadas em quase 15%. O nome disso é falta de governo, ou a sua voluntária submissão à iniciativa privada, em detrimento de 30 milhões de desempregados ou subutilizados de um país que caminha a passos largos de volta ao Mapa da Fome”, escreveu ele no Twitter.
Conta Covid
Esses reajustes estão impactados com os custos da chamada Conta Covid. Ela se refere ao empréstimo bancário que as distribuidoras do país precisaram fazer para fazer frente a seus custos diante da queda do consumo, que diminuiu suas receitas.
O empréstimo total, de R$ 14,8 bilhões, foi realizado por 16 instituições financeiras, o BNDES entre elas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a implantação da conta e a operação. Segundo a agência, 50 companhias energéticas se interessaram em tomar os recursos.
O prejuízo às distribuidoras aconteceu porque elas adquirem a energia em com as geradoras com antecedência, mas a pandemia levou a uma queda drástica do consumo no ano passado.
Com isso, as distribuidoras não receberam dos clientes o que projetavam, mas tinham que arcar com a energia já contratada, embora não tivesse sido consumida.
E por que o consumidor paga por isso? Porque a energia é considerada um serviço essencial, pois sem ela o país fica às escuras. E, dessa forma, os contratos preveem que custos para manter as empresas sadias diante de adversidades inesperadas sejam pagos pelos clientes.
Com informações do Extra