Carnaval SP: decisão sobre a festa deve ser anunciada no fim da primeira quinzena de janeiro

O estado da Bahia e algumas cidades já anunciaram o cancelamento do festejo; diretora-geral da OMS afirma que “carnaval é condição propícia para a transmissão local” da Ômicron

Prefeitura de SP deve anunciar decisão sobre Carnaval 2022 no fim de janeiro (Foto: Prefeitura SP/SPTuris)

Com o avanço da nova variante do coronavírus, a Ômicron, e com o cancelamento das comemorações do Réveillon, a realização do Carnaval também foi posta em dúvida, principalmente quando o estado da Bahia e algumas cidades anunciaram o adiamento do festejo.

Na cidade de São Paulo paira no ar a dúvida sobre a realização ou não do Carnaval. Procurada pela reportagem da Fórum, a prefeitura da de São Paulo afirmou que “a realização do Carnaval de 2022 dependerá do cenário epidemiológico da cidade na ocasião”.

Além disso, a gestão municipal da capital paulista, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), destaca que uma decisão deve ser apresentada no final da primeira quinzena de janeiro.

“A pasta, que faz parte da comissão de avaliação das atividades do Carnaval, irá apresentar os dados do quadro epidemiológico – relativo à Covid-19 – e de assistência hospitalar para a prefeitura. Essa avaliação deverá estar concluída na primeira quinzena de janeiro”, diz a nota.

Carnaval pandêmico

Algumas capitais e estados resolveram se antecipar e cancelar os festejos. A Bahia foi o primeiro deles. O governador Rui Costa (PT-BA) declarou no dia 23 de dezembro que o Carnaval 2022 está cancelado.

“Sabe aquele filma Missão Impossível? Nós estamos na Missão Impossível 3, então, não será possível fazer esse Carnaval. Não tem a mínima condição”, declarou Rui Costa em coletiva de imprensa.

Para Costa, além do coronavírus e sua nova variante, a Ômicron, agora há a epidemia de Influenza, que torna a situação sanitária da Bahia ainda mais delicada.

“A maior alegria que a gente vai ter é de superar o vírus do coronavírus e agora esse vírus da gripe. Se no início de dezembro estava difícil de fazer Carnaval, agora ficou impossível. Só uma pessoa completamente irresponsável faria Carnaval nessas condições”, enfatizou o governador.

Por sua vez, a prefeitura de Belo Horizonte (MG) declarou que não irá patrocinar o Carnaval e nem realizar cadastro de blocos de rua e investimento com infraestrutura. A decisão foi pautada após orientação dos integrantes do Comitê de Enfrentamento e Controle da Pandemia.

Outra importante capital da rota do Carnaval é Fortaleza (CE). O prefeito José Sarto (PDT) cancelou os editais destinados ao evento. A decisão da prefeitura foi influenciada pelo adiamento da festa do Réveillon.

As capitais Palmas (TO), São Paulo e Rio de Janeiro ainda não decidiram sobre o Carnaval. As respectivas gestões afirmam que estão monitorando a nova variante do coronavírus e que uma decisão sobre deve ser tomada mais à frente.

Na cidade do Rio de Janeiro, os patrocinadores do Carnaval pressionaram o prefeito Eduardo Paes por uma decisão sobre a festa. Nesta terça-feira (4) haverá uma reunião entre os investidores e a gestão municipal para tomar uma decisão.

A principal preocupação das prefeituras do Rio e de São Paulo é com os blocos de rua, pois, ao contrário dos desfiles nos sambódromos, que permite controle sanitário, as festas de rua aconteceriam sem qualquer tipo de controle e, dessa maneira, se tornariam ambientes propícios para a disseminação do coronavírus.

Apesar das incertezas em SP e RJ, as respectivas gestões municipais, por hora, já autorizaram mais de 600 blocos de rua. No entanto, as prefeituras afirmam que tais licenças podem ser cassadas a qualquer momento.

Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).
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