A pesquisa da CNC chama atenção para o fato de que o aumento significativo dos gastos dos brasileiros com apostas online “poderá produzir impactos relevantes sobre o nível de inadimplência das famílias”.
De acordo com análises feitas pela entidade, cada um ponto percentual no fluxo de gastos com apostas implica em um avanço de 0,118 ponto percentual na quantidade de famílias com contas em atraso.
Desse modo, como houve avanço de 257% no fluxo de apostas, em relação ao fim de 2022, a CNC projeta um aumento de 3,9% na quantidade de famílias impactadas. “Isso representa um adicional de mais de 191 mil famílias entrando na inadimplência“, diz o estudo.
“As 191 mil famílias correspondem à projeção para novos inadimplentes, o que daria algo próximo a mais 600 mil brasileiros em situação de inadimplência até o final do ano”, afirma Felipe Tavares, economista-chefe da CNC.
Medidas do governo para conter apostas
Em entrevista na terça-feira (17), Haddad demonstrou preocupação com o avanço das apostas e prometeu que o governo vai passar um “pente-fino” no mercado de jogos online. A primeira medida consiste no bloqueio, a partir de 1° de outubro, das empresas de apostas de quotas fixas que não pediram autorização dentro do prazo.
“Nós temos que começar a enfrentar essa questão de dependência psicológica dos jogos. Como começamos a regularização, nós vamos iniciar, depois dos quatro anos em que ninguém fez nada, desde 2018, quando foi legalizado o jogo eletrônico no Brasil, porque estamos vendo a necessidade premente de colocar ordem nisso, e de nos associarmos ao Ministério da Saúde – há muitos relatos de problemas de saúde, de dependência, que nos têm chegado – para criar as condições para que a gente possa dar amparo às famílias”, disse o ministro.