O pior cenário traçado pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta para a pandemia do novo coronavírus no país foi alcançado nesta sexta-feira (11). Os números oficiais do Ministério da Saúde apontam que o Brasil já perdeu mais de 180 mil vidas para a Cocvid-19. As 672 mortes registradas nesta sexta-feira elevam o total de mortos para 180.437. E, ao contrário do que disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última quinta-feira (10), os números não dão mostra de que estejamos no finalzinho da pandemia.
Isso porque a quantidade de casos novos também continua em um patamar alto. Foram 54.428 nas últimas 24 horas, o que leva o total de infectados pelo Sars-Cov-2 para 6.836.227 no país.
Essa previsão foi feita por Mandetta a Bolsonaro quando ainda estava no governo, segundo relatou em seu livro. Era o número que ele estimava de mortes para o final do ano, e se concretizou.
Aliás, Mandetta qualificou a fala de Bolsonaro sobre “finalzinho de pandemia” como pouco inteligente, dizendo que seu QE (quociente emocional), índice que é usado para medir a inteligência emocional de uma pessoa, é próximo de zero. A avaliação foi feita em entrevista à Globonews nesta sexta-feira para comentar o estado atual da pandemia. “Quando falou que era uma gripezinha, quando falou que não era coveiro, quando falou e daí para o número de mortos, quando falou que estamos no finalzinho…”, declarou, repetindo diversas frases do presidente sobre a pandemia. “É inconsequência e extremamente prejudicial você falar que está acabando.”
Na entrevista, Mandetta disse que falta ao governo federal uma coordenação de ações para combater a transmissão do novo coronavírus e mesmo para estabelecer um calendário de vacinação.
“Nós estamos nas mãos de pessoas que não são do ramo”, disse. “Se for nessa improvisação, eu acredito que nós vamos atravessar o 1º semestre, o 2º semestre apagando incêndio. Vai chegar um lotinho de vacina aqui, outro ali, corre…”, afirmou.