Com a chegada do verão, alguns cuidados devem ser tomados em relação à proteção da pele diante da intensidade dos raios ultravioletas. No entanto, há uma prática equivocada entre a maioria dos brasileiros de que o uso de protetor (filtro) solar deve ser adotado somente quando se vai à praia ou à piscina.
“O uso deve ser diário, mesmo em dias nublados, pois nesses dias apenas a luz visível estará reduzida. Todos os outros tipos de radiação continuarão nos atingindo”, diz o dermatologista Jaques Alexandre de Mello.
Outro dado importante a ser considerado é que o filtro solar na primeira infância é fundamental, pois cerca de 80% de toda radiação solar que se recebe durante a vida acontece nos primeiros 18 anos de idade. A informação é da Sociedade Brasileira de Pediatria.
“Somos expostos diariamente à radiação e, assim como outros tipos de radiação, os efeitos são acumulativos tanto positiva como negativamente. Assim, para desencadear um câncer precisamos de uma dose total alta, que será atingida com o passar do tempo. Portanto, o uso mais frequente possível do protetor solar fará com que demoremos mais para atingir uma dose suficiente para desencadear o tumor. Além disso, sol causa fotoenvelhecimento, provocando manchas, rugas, flacidez etc”, orienta o dermatologista.
Qual o melhor protetor?
No entanto, em meio a dezenas de opções no mercado, como saber qual o protetor correto a ser utilizado? Jaques de Mello esclarece: “Existem marcas mais caras e mais baratas para adequar a cada indivíduo. O melhor filtro é aquele que, cosmeticamente, é mais agradável. Não adianta um filtro ser muito bom, mas oleoso ou espesso demais e o indivíduo não usá-lo por isso”.
As pessoas mais claras e quem já têm histórico da doença na família estão mais suscetíveis a ter câncer de pele. Por isso, o dermatologista explica que quanto mais clara for a pele, mais alto deve ser o fator de proteção solar.
“De maneira genérica, filtros acima de 30 são mais adequados. Filtros com cor ganham mais uma barreira física, o que auxilia na proteção. Prefira sempre filtros contra UVA, UVB (tipos de raios ultravioletas nocivos à saúde) e se possível luz azul (está presente na luz do sol, em lâmpadas, no celular e no computador)”, aconselha Jaques de Mello.
“Lembrando que o correto seria aplicar 2 gramas por centímetro quadrado ou cerca de uma colher de chá na face. Como normalmente espalhamos bem o filtro, teremos um resultado efetivo de cerca de 1/3 do valor escrito no frasco. Portanto, filtros de maior fator de proteção são melhores. As reaplicações devem ocorrer a cada duas horas, aproximadamente”, acrescenta.
Casos de câncer
Os cuidados com a pele são fundamentais para saúde. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele é o tipo da doença com mais incidência no Brasil. Aparecem cerca de 180 mil novos casos por ano.
Uma das formas utilizadas para combater esse cenário são as campanhas de esclarecimento. “Essas iniciativas são eficazes, pois auxiliam na conscientização. Além disso, são realizados inúmeros eventos presenciais, que oferecem exames e detectam grande número de tumores. Após os resultados positivos, as pessoas são encaminhadas para tratamento”, completa o dermatologista.