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A cidade de São Vicente será palco, no dia 1º de abril, às 19 horas, de uma importante manifestação: a vigília inter-religiosa intitulada “Cessar-Fogo na Baixada Santista – Nós Estamos Aqui“. O evento ocorrerá no Marco Padrão do município, próximo à Biquinha da Anchieta. Esta vigília tem um propósito urgente: homenagear as mais de 50 vítimas das operações Escudo e Verão na Baixada Santista e pedir um fim das ações policiais.

“O Comitê Cessar-Fogo Imediato, aqui na Baixada Santista, é justamente referente sobre esses assassinatos que vêm ocorrendo há menos de 40 dias com a Operação Verão. Mas nós já temos aí resquícios da operação anterior (Escudo). Então, a forma como a Polícia Militar vem tentando combater o crime é uma forma totalmente errada, contra a lei,” disse Paloma Santos, uma das organizadoras do evento e integrante do comitê.

Paloma, que também é do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação da Baixada Santista (Sindilimpeza, filiado á CUT, Contracts e Fretacs), continuou: “Nós entendemos que não dá para se combater o crime com o crime. Foram mais de 52 pessoas assassinadas pelas mãos da polícia. O mais jovem tem 14 anos de idade, um adolescente de 14 anos de idade, que foi assassinado em Cubatão. E por aí vem Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Guarujá. Então, são questões extremamente sérias a serem discutidas com a sociedade”.

A vigília não é apenas um ato de memória, mas também um chamado à ação. “Este cessar-fogo imediato que nós estamos pedindo é que a segurança pública do estado de São Paulo reveja as práticas. Policiais que estão se impondo contra a população. Eles entram nos barracos, nas casas das pessoas. Eles batem nas pessoas. Eles destroem portas, destroem casas. E saem. Quando não matam. Então, a população está pedindo socorro mesmo”, enfatizou Paloma.

“Silêncio alarmante”

“O silenciamento de várias autoridades é alarmante. Nós estamos pedindo justiça. E um cessar-fogo imediato. Que as coisas sejam dirigidas pela lei. Nós, enquanto cidadãos, não podemos ter medo daqueles que deviam nos proteger. Que é a Polícia Militar. A gente não pode ter medo desse agente de segurança pública. E hoje o sentimento que nós temos é esse, de medo. Principalmente nós que moramos nas periferias”, acrescentou ela.

A vigília “Cessar-Fogo na Baixada Santista – Nós Estamos Aqui” é um apelo por paz, dignidade e justiça. Todos estão convidados a participar deste momento de reflexão e solidariedade, segundo a organização.

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