João Luís Cabral Júnior - Foto: Reprodução

Armazenar e consumir pornografia infantil, além de estuprar pacientes desacordadas. Estas são as gravíssimas acusações que pesam sobre o renomado médico de Santos, João Luís Cabral Júnior. O suspeito chegou a ser preso durante as investigações, mas foi solto em audiência de custódia e responde ao processo em liberdade. O caso corre em segredo de justiça. Ele nega as acusações. 

De acordo com informações do Portal Terra, a Polícia Civil se dirigiu à residência do neurocirurgião para um cumprir mandado de busca e apreensão num inquérito que apurava a suspeita de armazenamento de material contendo pornografia infantil.

Os policiais apreenderam aparelhos eletrônicos, como notebooks, computador, HD externo e o aparelho celular do acusado. Ao ser indagado pelos agentes sobre o conteúdo dos crimes investigados, ele negou todas as práticas criminosas e afirmou ser um renomado médico da sua área na Baixada Santista, com um escritório próprio e coordenador clínico de um hospital em Santos.

Contudo, de acordo com a polícia, os aparelhos eletrônicos guardavam um grande número de crianças e adolescentes expostas sexualmente. Além disso, a equipe ficou estarrecida ao encontrar vídeos, que, suspostamente, foram gravados pelo próprio neurocirurgião, ao envolver pacientes. Em um dos registros, de acordo com o boletim de ocorrência (BO), o médico teria filmado por baixo da mesa uma paciente que usava uma saia durante uma consulta médica.

Em outra gravação, Cabral teria fotografado as partes íntimas de uma paciente, visivelmente sedada, de acordo com a polícia, e deitada em maca para procedimento cirúrgico. Foram encontradas, ainda, fotos de uma jovem deitada com camisola e calcinha, ao dormir na maca de um hospital.

Ao longo da análise feita com outros arquivos armazenados nos aparelhos eletrônicos, a polícia ressalta que foi encontrado um vídeo em que o médico teria gravado uma paciente, supostamente sedada e deitada, enquanto ele retirava a coberta dela, afastava a roupa de baixo da vítima e introduzia os dedos em suas partes íntimas. 

Caso os crimes sejam comprovados, ele poderá responder pela prática do crime previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente; e pelo crime de estupro de vulnerável. 

O suspeito foi preso pela Polícia Civil no dia 26 de setembro, em Santos, e conduzido à Delegacia Seccional de Taboão da Serra. Ele foi solto em audiência de custódia e responde o processo em liberdade. As informações são da própria corporação e foram repassadas ao Portal Terra. O advogado do médico, Eugênio Malavasi, afirmou que o ele “nega todas as imputações e provará o alegado no momento processual oportuno”. 

Registro profissional suspenso

Em nota ao Terra, o Conselho Regional de Medicina Estado São Paulo (Cremesp) comunica que o referido médico está com seu registro profissional suspenso desde 2 de outubro, por decisão judicial, não podendo, portanto, exercer a profissão atualmente.

“O Conselho ressalta, também, que está investigando o caso em questão. A apuração corre sob sigilo determinado por Lei. Qualquer manifestação adicional por parte do Cremesp poderá resultar na nulidade do processo”, acrescentou.