O médico e policial militar reformado Walisson Cabral da Silva, foi preso em Peruíbe, após ser condenado por estuprar uma mulher. Ele era considerado foragido e estava sendo procurado da Justiça. O homem pegou seis anos e seis meses de prisão.
O crime aconteceu em abril de 2019, em Campina Grande, na Paraíba, dentro do apartamento onde ele morava, no bairro Jardim Paulistano.
Com mandado de prisão expedido pela Justiça de Santos, Walisson foi detido na Estrada do Guaraú, no bairro Jardim Guaraú, em Peruíbe. Um boletim de ocorrência (BO) sobre a captura foi registrado na Delegacia Sede da cidade, e acordo com informações do G1.
De acordo com o processo, a violação se deu no dia 27 de abril de 2019. A vítima estava com uma amiga em um bar, quando o médico chegou, por volta das 22 horas. Depois de conversar, ele acabou “ficando” com uma das mulheres.
Já de madrugada, os três teriam deixado o estabelecimento e foram em direção ao apartamento do homem. No local, conforme aponta o documento, todos “continuaram ingerindo bebidas alcoólicas”.
Após algumas horas, a vítima deixou Walisson com a amiga a sós e foi dormir em um dos quartos.
De acordo com o processo, a vitima acordou às 6 horas, com Walisson por cima dela, praticando o ato sexual com penetração. Ela relatou ter empurrado o homem, uma vez que o ato aconteceu sem consentimento.
Conforme o documento, após se desvencilhar de Walisson, a vítima percebeu estar sem calcinha e sem o absorvente interno que usava. Como reação, a mulher chamou a amiga e ambas foram até uma delegacia na cidade para relatar o caso.
O laudo sexológico realizado pela vítima apontou conjunção carnal recente, a despeito de não ter identificado sinais de violência, segundo registrado no processo.
Preso e condenado
Por decisão da 4ª Vara Criminal de Campina Grande (PB), Walisson foi condenado a cumprir seis anos e seis meses de detenção, em regime inicial semiaberto, em agosto de 2022.
Sendo assim, o mandado de prisão foi expedido pela Unidade Regional do Departamento Estadual de Execuções Criminais de Santos, no dia 19 de outubro, e o condenado foi preso em Peruíbe, um dis depois.
Policial e médico
O homem exerceu a função de policial militar no estado da Paraíba antes de se concentrar na carreira de médico, no qual trabalhou recentemente no Hospital Municipal de Bertioga e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas de Peruíbe.
A prefeitura de Bertioga comunicou, por meio do Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), que o médico estava com “documentação profissional regular e prestou serviço na unidade em eventuais coberturas e plantões a partir de junho”.
Além disso, o município destacou que, em outubro, Walisson “deixou de fazer parte do quadro de plantonistas e já não faz mais parte da escala”. O Hospital Municipal de Bertioga, por fim, se colocou à disposição para colaborar no que for necessário.
Em nota, a prefeitura de Peruíbe informou que o médico prestou serviço em alguns plantões na unidade, entre fevereiro e maio deste ano, e que, ao longo do período, não foi registrada nenhuma ocorrência envolvendo o profissional.
Defesa do médico
A advogada de Walisson, Jamily Costa Gomes Wenceslau, afirmou, em nota, que o cliente foi condenado “simplesmente pela palavra da vítima”. “Sabe-se, que, crimes como estes a palavra da ofendida tem um peso maior comparado ao do acusado”, pontuou a advogada, em entrevista ao G1.
A defesa ressaltou que Walisson é um homem íntegro e jamais respondeu por qualquer outro tipo de processo, tanto é que foi considerado primário, pois respondeu apenas por este processo até os dias atuais.
Além disso, Jamily afirmou que o cliente possui família, é um pai dedicado e exerceu sua profissião na cidade de Peruíbe, “pela qual possui o respeito de seus colegas e pacientes”. A defesa ressaltou que o homem respondeu o processo em liberdade e sempre se colocou à disposição do juízo de origem.
Em audiência de custódia, a defesa afirmou que, Walisson ficou separado dos demais presos e recolhido ao Presídio Militar Romão Gomes por ser policial militar reformado. “O Sr. Walisson deixou a Polícia Militar para dedicar-se exclusivamente à Medicina, na qual vem desenvolvendo seu trabalho com muito zelo e recebendo elogios de pacientes e colegas de trabalho”, acrescentou a advogada.