O deputado Delegado Da Cunha - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado Da Cunha, está mais próximo de ter seu mandato cassado. O Conselho de Ética da Câmara abriu processo que pode interromper a vida pública do parlamentar.

O Delegado da Cunha, de 46 anos, está na mira da comissão, que vai avaliar sua conduta, referente às acusações de agressão ameaça à ex-companheira. Os fatos ocorreram no apartamento onde os dois moravam, em Santos, litoral de São Paulo.

O deputado virou réu em outubro de 2023, em uma ação sobre violência doméstica contra a nutricionista Betina Grusiecki, de 28 anos. Ambos mantinham união estável havia três anos.

Ela acusa Da Cunha de ameaça, agressão e injúria. Ele negou as agressões em depoimento à Justiça. Porém, um vídeo exibido no “Fantástico”, da Globo, mostrou o deputado agredindo e ameaçando de morte a ex-companheira.

Como se não bastasse, existe um áudio no qual Da Cunha ligou para a mãe de Betina para propor um acordo. A Justiça concedeu medidas protetivas contra o deputado para Betina e os pais dela. Também mandou que o parlamentar entregasse suas armas.

O processo no Conselho de Ética foi instaurado por solicitação do PSOL, que apresentou uma representação para que seja apurada suposta quebra de decoro parlamentar. Em caso de comprovação, o partido pediu que o deputado perca o mandato.

O passo a passo do processo

Três nomes foram sorteados pelo Conselho de Ética como possíveis relatores para o caso de Da Cunha. Os deputados que estavam na lista são: Albuquerque (Republicanos), Ricardo Maia (MDB) e Rosângela Reis (PL).

A Câmara dos Deputados informou que o presidente do Conselho de Ética ainda escolherá um dos três e esclareceu quais serão os próximos passos:

O relator escolhido analisará, inicialmente, as condições para o prosseguimento do processo. Em caso positivo, Da Cunha será notificado para apresentar a defesa escrita. Na sequência, começará a chamada instrução probatória, que é a verificação da possibilidade de julgamento ou necessidade da produção de mais provas.

Finalmente, o relator decidirá pelo arquivamento da denúncia ou aplicação da punição, que pode ser desde censura verbal até a perda do mandato. Mesmo assim, a palavra final será do plenário da Câmara.