Betina e Da Cunha - Foto: Reprodução

Por Raphael Sanz

O Tribunal de Justiça de São Paulo julgou procedente uma medida protetiva solicitada por Betina Grusiecki, companheira do youtuber e deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como delegado Da Cunha, a quem acusa de agressão física, moral e ameaça de morte. Na última terça-feira (17) a mulher registrou um boletim de ocorrência denunciando as agressões, que teriam ocorrido no domingo (15). Ele nega as acusações.

Da Cunha agora deverá se manter afastado de Betina a distância mínima de 300 metros por 90 dias. Também não poderá manter qualquer contato com ela ou com testemunhas do caso de agressão, seja fisicamente ou pelas redes sociais.

Ele ainda terá de deixar o apartamento onde vivia com a companheira, à Rua Ricardo Pinto, bairro Aparecida, em Santos, e não poderá ir ao local retirar suas coisas. O youtuber vai ter que delegar tal tarefa a uma terceira pessoa.

Caso descumpra a decisão, Da Cunha poderá ser preso em flagrante e ter decretada uma prisão preventiva contra si como forma de garantir o transcorrer das investigações e de um eventual processo.

O que aconteceu

Violência doméstica, lesão corporal, injúria e ameaça. Esses são os crimes que o deputado federal teria cometido na madrugada do último domingo (15), segundo denúncia feita por sua namorada. Ele, porém, nega as acusações.

Betina Raísa Grusiecki Marques, de 28 anos, disse que tem uma união estável com Da Cunha há mais de três anos e que a agressão começou por volta das 21 horas do último sábado (14), no apartamento em que moram. Segundo o Boletim de Ocorrência do caso, o parlamentar consumiu bebida alcoólica e ficou alterado. Assim, nas palavras de Betina, o deputado iniciou uma confusão e a xingou de “putinha”, dizendo que ela não “servia para nada”.

Sob efeito do álcool, ele teria empurrado a cabeça da namorada contra a parede, ao mesmo tempo em que apertava seu pescoço. Desta forma, a moça veio a desmaiar. Ao acordar, Betina falou que o deputado veio em sua direção para agredi-la e, como resposta, jogou um secador nele. Porém, isso não foi o suficiente para fazê-lo parar a investida. Além disso, Da Cunha teria ameaçado matá-la com tiros, e repetir o feito com a sua mãe.

Ao longo das agressões, segundo relato de Betina à polícia, o parlamentar quebrou o seu óculos e jogou cloro em suas roupas. Com medo, ela pediu uma medida protetiva contra Da Cunha. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial (DP) de Santos e será investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher do Município (DDM).

O que diz a defesa de Da Cunha

Com 3,7 milhões de inscritos, o delegado Da Cunha ficou famoso na internet ao produzir conteúdos que mostram o cotidiano da Polícia Civil de São Paulo. Em 2022, foi eleito deputado federal por São Paulo, com 181,5 mil votos.

Em nota para A Tribuna, o deputado refutou a acusação de que tenha agredido sua companheira. Segundo sua assessoria, houve uma confusão ao longo da comemoração do seu aniversário, “mas em nenhum momento ocorreu qualquer tipo de violência física de sua parte”. A defesa assegurou que os fatos ficarão comprovados durante o inquérito policial.