Tadashi Kadomoto - Foto: Reprodução/Twitter

Por Luisa Fragão, da Revista Fórum

O terapeuta Tadashi Kadomoto, que ficou conhecido por compartilhar vídeos de meditação guiada durante a pandemia, é acusado de assédio e abuso sexual por ao menos sete pacientes e alunas. Ele se tornou réu, após uma dessas mulheres procurar o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), no fim do ano passado, e oferecer uma denúncia formal contra ele.

Após a denúncia, Tadashi passou a responder na Justiça por cinco estupros contra a paciente. De acordo com Celeste Leite dos Santos, promotora do MP-SP, outras três vítimas foram ao local denunciar o terapeuta. “Fui procurada por três vítimas, todas narrando a mesma forma de agir”, afirma.

“Ele faz com que as vítimas se sintam especiais, faz pequenas investidas, passa para carícias físicas, até chegar a colocar a mão na vagina das pacientes”, explica a promotora. “Todas as vítimas estavam fragilizadas emocionalmente quando procuraram o instituto que leva o nome do terapeuta. As mulheres, que têm o mesmo perfil etário e socioeconômico, se culpam por terem sido vítimas”, diz Celeste.

Segundo reportagem do R7, ao menos sete mulheres relatam ter sofrido algum tipo de assédio por parte de Kadomoto. Uma das vítimas diz ter procurado o terapeuta em 2012, enquanto enfrentava dificuldades financeiras e depressão profunda. “Cheguei lá para fazer psicoterapia com outro terapeuta, mas ele fez minha primeira sessão. Fui superbem acolhida”, diz ela.

Especial

“Me sentia especial, porque sabia que ele era idolatrado por todo mundo”, afirma. “Sou uma pessoa carinhosa e ele me abraçava muito, sentia que ele era uma pessoa iluminada”. O terapeuta, no entanto, passou a perguntar se Letícia estava com sutiã confortável e pedia para que ela tirasse a blusa nas sessões.

“Em todas as sessões ele falava para eu tirar a blusa novamente e aquilo começou a me incomodar. Ele sempre me pedia para fechar os olhos, até que, no meio de um trabalho espiritual, ele me beijou”, revela. “Fiquei muito assustada, a primeira coisa que me lembrei foi que aos 5 anos fui molestada pelo pai de uma amiga minha e ele sabia dessa fragilidade”, conta. Os relatos completos constam em reportagem do R7.