Após sete anos sendo abusada, uma adolescente de 14 anos conseguiu fazer um vídeo sendo estuprada pelo padrasto, de 44. Ela própria gravou e denunciou abusos sexuais cometidos por ele há pelo menos seis anos, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo a garota, ela decidiu que só contaria à família quando tomasse coragem e tivesse provas do crime.
De acordo com a irmã mais velha da vítima, em entrevista ao G1 nesta quinta-feira (17), os abusos aconteciam desde quando a menina tinha apenas 7 anos. O sujeito é casado há 12 com a mãe dela, e há alguns meses os abusos estavam se tornando cada vez mais frequentes.
A menina conta que ele a ameaçava e também pegava o celular dela antes dos abusos, para que não fosse registrado de nenhuma forma. Além disso, não havia diálogo entre a menina e a mãe.
“Minha mãe nunca falou sobre sexo com ela [vítima]. Ela só foi entender o que estava acontecendo com 12 anos, na escola”, conta a irmã da vítima, que prefere não se identificar.
A vítima conseguiu flagrar o sujeito fingindo que estava dormindo. Com o celular escondido, conseguiu gravar momentos do crime. Nas imagens, é possível ver o homem praticando sexo oral na adolescente.
Uma semana depois de gravar, ela procurou a irmã mais velha, que não mora com eles, para denunciar o estupro. As duas contaram à mãe e, após ver o vídeo, as três foram à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande registrar a denúncia. “Ela [mãe] não iria só acreditar em palavras, ela era muito apaixonada por ele [padrasto]. Quando ela viu o vídeo, ficou paralisada”, disse a irmã da vítima ao G1.
Expulso de casa
A família confrontou o homem após a denúncia e decidiu expulsá-lo de casa. Ele chegou a confessar o crime para a esposa, segundo a irmã. “Minha mãe conversou com ele, chorando. Ele confessou para ela, e falou que era tudo culpa do diabo”, relata. “Disse que se arrepende, que espera que a família perdoe ele. Disse que, à noite, algo puxava ele e falava para ele fazer, que era mais forte que ele, que estava possuído”.
“Ele disse que sabe que estragou uma vida, mas falou tentando comover minha mãe”, completa a irmã.
Ele foi expulso da residência, com o apoio da Polícia Civil, que acompanhou a família. A Polícia Civil solicitou à Justiça a prisão preventiva do suspeito assim que recebeu a denúncia com o vídeo, mas o pedido não foi acatado pelo juiz de plantão. Mesmo assim, foi pedida medida protetiva de urgência, com deferimento de distanciamento mínimo de 500 metros da vítima.
Com informações do G1