Por Menon
A Venezuela nunca foi a uma Copa do Mundo de futebol. A Bolívia, apenas como comparação, já foi a duas edições, em 50 no Brasil e em 94 nos Estados Unidos. Houve um sopro de qualidade no futebol venezuelano, com o vice-campeonato mundial sub-20 de 2017, atrás apenas da Inglaterra. Nas duas últimas eliminatórias, a Venezuela até esteve na zona de classificação, mas caiu.
Agora, o país está sonhando de olhos abertos. Depois de empatar com o Brasil em Cuiabá, a Venezuela derrotou o Chile por 3 a 0 e chegou a sete pontos. Em 2022, conseguiu apenas dez em 18 jogos.
E o motivo da esperança tem nome e sobrenome. Yeferson Soteldo, o ponta do Santos. A partida que ele fez contra o Chile, nenhum ponta brasileiro – ou externo desequilibrante – fez nos últimos tempos. Soteldo jogou como Vini Jr no Real – no Real – e deixou para trás os Raphinhas e Antonys do futebol brasileiro.
Ele fez o primeiro gol, em um chute cruzado. Depois, quando o Chile tinha um a menos, Soteldo transformou o jogo em um passeio. Recebeu uma bola esticada na esquerda e foi acompanhado por Gari Medel. Foi? Não foi. Medel ficou para trás, como se fosse um Nakajima tentando acompanhar Ayrton Senna. Bola na área, para trás e Rondón fez 2 a 0.
E, depois, Soteldo recebeu outro passe – de cabeça de um chileno – e fez “gato e sapato” de Loiola. Cruzou e Machís fez o terceiro.
A Venezuela, conhecida por suas misses sempre vencendo concursos importantes, agora aposta em um homem baixinho e atrevido para chegar ao palco do futebol mundial, na Copa dividida entre México, EUA e Canadá.
E, se a Venezuela sonha, o Santos também. A questão aqui não é se classificar para a Libertadores, e sim fugir da Série B. Com Soteldo, parece mais fácil. E é.