As conversas entre Robinho e seus amigos, envolvidos no caso de estupro coletivo, ocorrido em 2013, na Itália, pioraram ainda mais a situação do ex-jogador. Os áudios foram gravados pela polícia do país europeu, com autorização da Justiça.
Os grampos foram divulgados, com exclusividade, em uma série produzida pelo UOL Esporte.
Robinho e um dos seus amigos, Ricardo Falco, foram julgados e condenados, em última instância, pela Justiça italiana. A pena do ex-jogador foi 9 anos de prisão.
Os outros envolvidos na ação criminosa foram citados pelo Ministério Público da Itália. Porém, não viraram réus porque voltaram para o Brasil.
Os policiais concluíram que seis homens tiveram algum tipo de relação sexual com a vítima, uma jovem albanesa, que estava sem condições de consentir por estar alcoolizada. O caso foi registrado em uma festa na boate Sio Cafe, em Milão.
Confira as sete revelações
-Grampos no telefone e no carro de Robinho
As gravações de conversas entre o ex-jogador e seus amigos, em 2014, foram autorizadas pela Justiça da Itália, por solicitação do Ministério Público. Além de inspecionar ligações, as autoridades instalaram um gravador no veículo do ex-atleta de futebol.
-Reação inicial foi de deboche
A primeira reação de Robinho diante das investigações foi debochar.
“Ela denunciou geral. Os caras me chamaram pra depor”, relatou Jairo, um dos amigos de Robinho que estavam na casa noturna. Após observar que o ex-jogador dava risada, ele alertou para a gravidade da situação. “Tô falando sério, mané. É sério, velho. Ela deu o nome de todo mundo. Quem tava lá”, disse Jairo. “Pau no cu deles. Eles que pegaram a menina. Eu não fiz porra nenhuma, nem conheço”, rebateu Robinho.
-Amigos combinaram versões
As investigações da polícia prosseguiram e, com isso, Robinho e os amigos decidiram combinar as versões que diriam à polícia, sem ter conhecimento que estavam sendo gravados.
“Tem que ver direitinho a mesma resenha que vai soltar lá pra não falar resenha errada”, orientou o ex-jogador, em conversa com Ricardo Falco.
-Mudança de versão
No início das gravações, Robinho disse que “não tocou” na mulher. “Quem tocou nela está lá no Brasil”, afirmou, se referindo aos amigos que voltaram depois da festa.
“Agora eu vi o Rudney rangando ela e os outros cara rangando ela. Então, os caras que rangaram ela vão se foder. Os cara que rangaram vão se foder”, destacou Robinho.
Porém, ao longo do tempo, a versão do ex-jogador foi sendo alterada. Em outro áudio, Robinho disse que “tentou” fazer sexo com a vítima. O argumento que usou, dessa vez, foi que ele e o amigo Fábio Galan teriam sofrido de disfunção erétil.
“Mas peraí, eu vi que você pôs o pau na boca dela”, disse Jairo. “Isso aí não é transar”, rebateu o ex-jogador. Em outro grampo, Robinho declarou que “comeu” a vítima, mas que foi consensual.
“Aonde que eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá”, disse.
-Robinho já conhecia a vítima
A mulher que foi vítima da violência sexual declarou à polícia da Itália que já conhecia Robinho havia dois anos. Em uma das ocasiões em que se encontraram anteriormente, também em uma casa noturna, segundo ela, Robinho havia passado a língua em um dos seus seios.
Em conversa com Falco, o ex-jogador afirmou que a mulher “sabia” que eles não tinham feito nada.
“A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘Porra, que que eu fiz contigo? Eu fiz alguma coisa?’. E eu, se eu fiz alguma coisa com a mina, não foi nada forçado”.
-Pânico pela repercussão
A situação piorava cada vez mais e Robinho começou a demonstrar verdadeiro pânico da repercussão. Principalmente porque, à época, ele tentava retornar à seleção brasileira.
“Se essa porra sair na imprensa, já era Copa, já era casamento. De novo acusado de estupro. Aí nego vai falar um monte de merda, foder minha imagem, de novo essa merda”, afirmou Robinho.
Ele se referiu ao fato de que, em 2009, a polícia da Inglaterra iniciou uma investigação sobre uma suspeita de estupro envolvendo Robinho. Porém, o caso acabou arquivado. A história aconteceu pouco antes do casamento do ex-jogador com Vivian Guglielmetti.
A cerimônia, inclusive, chegou a ser cancelada após o caso se tornar público. Entretanto, com o arquivamento, Vivian resolveu concretizar o casamento.
-O que aconteceu com a vítima após a violência
A mulher albanesa, vítima do estupro coletivo, procurou, desde então, prosseguir sua vida. Ela voltou para a faculdade e, aos 33 anos, concluiu o curso de Direito. Por meio do seu novo ofício, ela deseja ajudar outras vítimas de crimes sexuais.