O ex-conselheiro do Santos, Adilson Durante Filho, que foi flagrado em um áudio racista em 2019, obteve vitória judicial para reintegrar o quadro de sócios do clube quase dois anos após sua expulsão oficial do mesmo pelo presidente José Carlos Peres.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) decidiu, nesta terça-feira (28), pela reintegração de Adilson ao quadro de sócios e à posse de sua cadeira cativa na Vila Belmiro. Caso não o faça, o Santos terá de pagar multa diária de R$ 350,00 até o limite de R$ 35.000,00 estabelecido pela justiça. O clube terá de arcar com as custas e despesas processuais, além de honorários advocatícios fixados em 15% do valor corrigido dado à causa, avaliada em R$ 5.000,00.
Relembre o caso:
Adilson Durante Filho teve um áudio de uma conversa de WhatsApp divulgada, em abril de 2019, pelo programa Sucupira Conection, da Rádio da Vila. Nela, Adilson, que também é conselheiro e foi diretor de futebol do Santos Futebol Clube, afirma, entre outras frases racistas, que “os pardos brasileiros são todos mau-caráter”.
Veja a transcrição completa do áudio abaixo:
“Ô Caco, vou falar uma coisa pra vocês, aqui a gente tá entre amigos, tá? Sempre que tiver um pardo, o pardo o que que é, não é aquele negão, né? Mas também não é o branquinho. É o moreninho da cor dele. Esses caras, têm que desconfiar de todos. Todos que tu conhecer. Essa cor é uma mistura de uma raça que não tem caráter. É verdade, isso é estudo. Todo pardo, todo mulato, tu tem que tomar cuidado. Não mulato tipo o Pedro. O Pedro é tipo pra índio. Tipo chileno, essas porra (SIC). Tô dizendo o mulato brasileiro, entendeu? Os pardos brasileiros são todos mau-caráter. Não tem um que não seja.”
Logo após a divulgação do áudio, Durante pediu exoneração do cargo de secretário-adjunto de Turismo da Prefeitura de Santos. Ele também renunciou ao cargo de conselheiro do Santos F.C., onde já foi também diretor de futebol.