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A Portuguesa Santista fez história ao se classificar, pela primeira vez em sua história, para a disputa da final da Copa Paulista. Na decisão, a Briosa vai enfrentar o São José. O primeiro jogo do confronto acontecerá neste sábado (7), às 15 horas, no Estádio Ulrico Mursa.

Com a vaga na final, a equipe rubro-verde alcançou outro feito histórico: disputar uma competição nacional, depois de quase duas décadas. A última vez foi em 2005, pelo Campeonato Brasileiro da Série C. Naquela ocasião, o responsável por comandar o time era Sérgio Guedes, o mesmo técnico que a reconduziu agora ao cenário nacional.

Em entrevista para o Folha Santista, Guedes falou sobre o momento importante que vive na sua terceira passagem pelo banco de reservas da Briosa. “É um momento especial para a história do clube, para a carreira dos atletas, da comissão, da direção. (É uma) comunhão de sentimentos, acho muito legal a torcida, junto, muito junto. Momento de satisfação de jogar bem, sentimento é esse, de jogar bem”, comentou.

Antes, Guedes tinha sido técnico da Briosa em duas ocasiões: de 2005 a 2006 e entre 2018 e 2020. Em 2018, em sua segunda passagem, ele conseguiu o acesso à Série A-2 do Campeonato Paulista. Agora, em 2023, no seu retorno à Briosa, o treinador levou a equipe até as quartas de final da Série A-2, ao ser eliminada pelo XV de Piracicaba.

A Copa Paulista veio para reacender a chama do torcedor. Coincidentemente, a estreia rubro-verde na competição foi diante do mesmo São José, adversário na decisão. Em campo, vitória por 2 a 0, em Ulrico Mursa. O início foi bom, com três vitórias seguidas e liderança da chave. No entanto, a equipe oscilou e encerrou a fase de grupos na terceira colocação do Grupo 3, com 21 pontos e sete vitórias em dez rodadas.

“Nós estamos superfelizes, muita gente contribuiu para isso, muita entrega. Na verdade, é assim, em momentos como esse você tem que ter convicção, porque é um processo que alterna momentos. Gera desconfiança, mas quem efetivamente estava dentro, em nenhum momento deixou de achar que seria possível construir isso”, justificou Guedes.

Apoio recíproco

Com a vaga entre os oito melhores, vieram as quartas de final. Na primeira eliminatória, o reencontro contra um rival indigesto: o Noroeste. Isso porque, ainda pela Série A-2 do Paulista deste ano, a equipe do interior veio a Santos e aplicou uma goleada de 4 a 0 na Briosa.

Na Copa Paulista, o confronto entre os dois clubes ganhava ares de rivalidade. Em Bauru, pelo jogo de ida, quando tudo se encaminhava para o 0 a 0, o zagueiro Luizão, do Noroeste, subiu alto e tirou o zero do placar, aos 50 minutos do segundo tempo: 1 a 0. A Briosa voltava para a Santos com o gosto amargo da derrota.

Porém, em Ulrico Mursa, não só a torcida, como também a cidade, abraçaram a equipe e ajudaram a Portuguesa a remontar sobre os noroestinos: 1 a 0 no tempo normal e 5 a 3 nos pênaltis.

“É um baita sentimento legal, porque significa que a gente tem laços, identidade, conhece os meandros do clube, como o clube funciona, a maneira pela qual as coisas podem ser melhor conduzidas, a liberdade que se tem. Acho que tem coisas muito relevantes nisso, a direção confia muito na maneira pela qual a gente enxerga futebol. Eu, Cassiano (Carduz, gerente de futebol) e o Ferro (Rafael, integrante da comissão técnica) fomos os responsáveis pela montagem do elenco, escolha de jogadores. De verdade, é uma troca, cumplicidade, que dá muita responsabilidade, cria expectativa, mas, como disse anteriormente, convicção leva você a ter uma margem muito pequena de erro”, relatou Guedes, sem esconder a emoção.

Confiança

Com a vaga nas semifinais, veio a reedição de um duelo com um time que não trazia boas lembranças para Sérgio Guedes e seus comandados: o XV de Piracicaba. O clube do interior foi o responsável por dar fim ao sonho da Briosa em jogar à elite do futebol paulista, ao ser eliminado nas quartas de final da Série A-2 de 2023.

A torcida rubro-verde, novamente, tratou de transformar Ulrico Mursa no caldeirão em que o estádio se acostumou a ser, ao longo da disputa da Copa Paulista. O empate por 1 a 1 não deixou o apaixonado pela Briosa sem esperanças de obter a vaga na final. Muito pelo contrário.

A conquista da vaga para o cenário nacional veio no palco em que o sonho de voltar ao primeiro nível do futebol paulista se encerrou. O gol de Anderson Magrão colocou fim à espera de quase duas décadas da apaixonada torcida rubro-verde por uma vaga em competições nacionais.

“Você ter uma relação boa com quem você comanda é muito legal. Primeiro, é respeito, não existe hierarquia, em situações específicas. Acho que se você divide objetivos e responsabilidades, você gere, delega, dá liberdade, para que as coisas boas aconteçam, para que ninguém se sinta preterido, menosprezado, desvalorizado, são quesitos que se você quer ter liderança, precisa ter o controle de tudo isso. Na construção do processo, da escolha, a gente senta e conversa quase sempre”, contou Guedes sobre a relação com os seus atletas.

Preparação

Pela Copa Paulista, em Ulrico Mursa, a Portuguesa Santista já fez sete jogos, com seis vitórias e um empate. Curiosamente, o São José, clube rival na decisão, foi o seu primeiro adversário no torneio. Em casa, a Briosa venceu, por 2 a 0. Mas, no interior, o São José deu o troco e ganhou por 3 a 2.

Com a convicção de que a campanha até aqui é muito especial, Sérgio Guedes e seus comandados se preparam para receber o São José, neste sábado (7). O confronto de volta acontecerá em São José dos Campos, no sábado seguinte (14), às 15 horas.