Segundo candidato a registrar sua chapa na eleição a presidente do Santos Futebol Clube, Wladimir Mattos (Chapa 2 – Juntos Pelo Santos) é o segundo entrevistado pelo Folha Santista a respeito do pleito para ser o próximo mandatário do Alvinegro. Em sua primeira campanha ao cargo máximo do Peixe, ele terá Márcio Quixada como vice.
Na política, Mattos já foi eleito conselheiro do clube em duas ocasiões (2014 e 2017). Já no futebol profissional e de base, o candidato possui experiências em gestões de clubes da Baixada Santista, como Portuguesa Santista, AD Guarujá e São Vicente. Aos 58 anos, ele é formado em Administração de Empresas, com licenciatura em História, e opera como empresário no ramo portuário desde os anos 1980.
O candidato da Chapa 2 defende a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o Santos e pretende seguir com as tratativas pela “Nova Vila Belmiro”, ao lado da WTorre, mas sem perder as raízes da “Velha” Vila.
Folha Santista: Andrés Rueda foi eleito com a promessa de trazer equilíbrio financeiro e esportivo para o Santos. No entanto, em sua gestão, o clube viveu sucessivos fracassos na questão esportiva e sempre se viu limitado pela falta de orçamento para contratar novos atletas. O que você pretende fazer para manter o equilíbrio entre o futebol e as finanças?
Wladimir Mattos: Mesmo sem conhecer os números em detalhes, acredito que um bom projeto de equacionamento nos dará o fôlego necessário para cumprir os compromissos assumidos e investir no futebol. Precisamos ser assertivos nas escolhas dos atletas e, ao mesmo tempo, administrar os gaps de fluxo de caixa. Vamos buscar resultados esportivos para trazer fôlego para o nosso caixa.
FS: Clubes de expressão do nosso país, como Cruzeiro (MG), Botafogo (RJ) e Vasco (RJ), se tornaram Sociedade Anônima de Futebol (SAF), recentemente. O que você pensa deste modelo de gestão para o Santos?
Wladimir: Temos consciência que, em função do lento crescimento orgânico das receitas de um ente associativo, em um certo momento a SAF precisará se tornar realidade para garantir a manutenção de uma equipe de futebol relevante no futebol nacional. Porém, nosso foco inicial estará voltado para a implantação de uma gestão profissional. Nossas prioridades, nos primeiros 100 dias de mandato, serão buscar desempenho esportivo, tirar do papel a Arena e o Centro de Treinamentos para a base e, finalmente, reestruturar o programa Sócio-Rei. Nós precisamos estar preparados e não fragilizados financeiramente, pois quando chegar esse momento, teremos que garantir que o voto do Santos Futebol Clube tenha peso nas decisões relevantes da parceria.
FS: Qual a sua opinião sobre o projeto de construção de uma nova Vila Belmiro, feito pela gestão de Andrés Rueda e em acordo com a empresa WTorre?
Wladimir: A arena é um dos pilares de sustentação de um projeto esportivo forte. A negociação com a WTorre prosseguirá com responsabilidade e senso de urgência, mas sem perder de vista os interesses do clube, associados e torcedor
FS: Em dias de jogo na Vila Belmiro, não raro vemos cambistas vendendo ingressos em frente ao estádio ou em ruas próximas. No seu plano para candidato à presidente, você tem algum projeto para eliminar a pirataria de ingressos?
Wladimir: Há muito se tenta encerrar o mercado paralelo de ingressos que assola o futebol. O próprio MP de São Paulo vem tentando fazer com que os cambistas sejam responsabilizados pelos seus crimes. É um assunto que nos preocupa bastante e vamos trabalhar junto com as autoridades no sentido de resguardar os interesses do clube, de nossos associados e torcedores.