Para dar seguimento à série de entrevistas com os candidatos a presidente do Santos Futebol Clube, o Folha Santista informa os planos e projetos de Rodrigo Marino, que encabeça a Chapa 3 (Renova, Santos). Seu vice é Clóvis Cimino.
Na esfera esportiva, esta é a segunda participação de Marino nas eleições ao cargo máximo do Peixe. Em 2020, ele ficou em segundo lugar no pleito, com 1.171 votos. No âmbito profissional, Marino conta com mais de 20 anos de experiência em empresas multinacionais, ligadas ao ramo do transporte de valores. Antes, ele foi 1° tenente do Exército Brasileiro, entre 1993 e 2000.
Ele diz que a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) não é a solução para os atuais problemas do clube e afirma que, caso eleito, vai querer montar um time para ser campeão do Paulistão já em 2024.
Folha Santista: Andrés Rueda foi eleito com a promessa de trazer equilíbrio financeiro e esportivo para o Santos. No entanto, em sua gestão, o clube viveu sucessivos fracassos na questão esportiva e sempre se viu limitado pela falta de orçamento para contratar novos atletas. O que você pretende fazer para manter o equilíbrio entre o futebol e as finanças?
Rodrigo Marino: Pretendo investir e ter um time campeão. Do investimento no futebol vem o retorno financeiro, pois o clube recebe premiações pelos campeonatos; um time campeão atrai torcedores, pois lota os estádios melhorando as receitas de bilheterias, atrai bons patrocinadores; vende mais produtos licenciados; são receitas que ajudam a equilibrar o financeiro do clube. Resumindo: precisamos ter um time forte, o futebol tem que ser campeão. E para que o equilíbrio entre o financeiro e o futebol possa andar no melhor dos mundos, basta ter esse investimento inicial, algo que farei já no primeiro dia da minha gestão, porque já tenho todo esse planejamento sendo construído há meses, porque ninguém monta um bom time em um mês. Já quero ser campeão no Campeonato Paulista de 2024.
FS: Clubes de expressão do nosso país, como Cruzeiro (MG), Botafogo (RJ) e Vasco (RJ), se tornaram Sociedade Anônima de Futebol (SAF), recentemente. O que você pensa deste modelo de gestão para o Santos?
Marino: A SAF é uma tendência do futebol brasileiro. Entretanto, todas as SAFs que foram feitas no futebol brasileiro não me agradam. Foram valores muito baixos para clubes centenários, clubes várias vezes campeões. Exemplo: Cruzeiro foi vendido por 400 milhões que é o valor de um único bom atleta. Eu me agrado muito mais do modelo de parceria. A QSI está negociando há dois anos com o Santos e não consegue fechar. Eu estive, recentemente, na Europa e abri a porta para negociar com a mesma QSI a partir de janeiro. A QSI já demonstrou que deseja fazer uma parceria com o Santos e podemos buscar algo no valor de 200 milhões de euros, mais de R$ 1 bilhão. É um valor que permite pagar a dívida atual e montar um supertime para sermos campeões em vários torneios em 2024.
FS: Qual a sua opinião sobre o projeto de construção de uma nova Vila Belmiro, feito pela gestão de Andrés Rueda e em acordo com a empresa WTorre?
Marino: Sou a favor da nova Arena, com a maior celeridade possível. No dia 2 de janeiro vou tomar conhecimento da carta de intenção, analisar os acordos contratuais que existem, ato contínuo, dar início à captação de recursos para que possamos dar início à construção da nova Arena o mais rápido possível. O Santos precisa da Arena e o torcedor merece.
FS: Em dias de jogo na Vila Belmiro, não raro vemos cambistas vendendo ingressos em frente ao estádio ou em ruas próximas. No seu plano para candidato à presidente, você tem algum projeto para eliminar a pirataria de ingressos?
Marino: Para coibir os cambistas vendendo ingressos nas portas da Vila Belmiro precisamos modificar imediatamente o Regulamento da Compra de Ingressos. O próprio regulamento produziu esse absurdo: que o próprio associado se torne cambista. Iremos alterar o regulamento diminuindo a compra de ingressos principalmente para o sócio black. Dessa forma, iremos democratizar a venda de ingressos e atender também aos sócios gold e silver.