O Folha Santista dá seguimento à série de entrevistas com os candidatos a presidente do Santos Futebol Clube. Nesta quinta-feira (30), Maurício Maruca, cabeça da Chapa 4 (Inova, Santos) fala sobre seus projetos para o clube, em assuntos que orbitam entre a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), equilíbrio financeiro e esportivo e a “Nova Vila Belmiro”. Maruca participa pela primeira vez das eleições ao cargo máximo do Peixe. Seu vice é Eduardo Serrano.
Empresário do ramo da administração de empresas, Maruca é membro do Conselho Deliberativo com atuação independente desde 2020. Foi um dos três integrantes da Comissão de Investigação de Riscos e Perdas do Santos de 2021/2022, que investigou sobre como e onde foi parar o dinheiro da compra do atleta Leandro Damião, em 2014.
Na esfera profissional, ele tem graduação em administração de empresas pela PUC-SP e, também, possui doutorados em Administração Pública e Gestão Ambiental. É natural de São Paulo. Na década de 1990, foi um dos responsáveis pela criação do Ministério da Integração Nacional, no governo de Fernando Collor. Por fim, acumula experiências no setor privado, com a criação de uma empresa de consultoria de diversos campos profissionais.
Folha Santista: Andrés Rueda foi eleito com a promessa de trazer equilíbrio financeiro e esportivo para o Santos. No entanto, em sua gestão, o clube viveu sucessivos fracassos na questão esportiva e sempre se viu limitado pela falta de orçamento para contratar novos atletas. O que você pretende fazer para manter o equilíbrio entre o futebol e as finanças?
Maurício Maruca: Nossa chapa entende ser muito importante ampliar a geração de receitas, junto de um processo inteligente e bem planejado da montagem dos elencos de futebol, de todas as categorias. Os trabalhos de nossos renomados, qualificados e capacitados futuros Diretor Financeiro, Luciano Paciello, e Diretor de Marketing e Relações Internacionais, Diogo Kotscho, Diretor de Operações, Pedro Henriques, que são referências em gestão financeira esportiva e marketing esportivo, vão ser muito importantes para a geração de novas receitas e um trabalho financeiro que nos leve a outro patamar. No futebol, vamos criar Centros Modelo de Scouting de Mercado; Rede de Captação; Psicologia do Esporte; Análise de Desempenho; e de Medicina, Recuperação, Fisiologia e Nutrição Esportiva. Por meio do aprimoramento do que já é feito no clube e do investimentos em profissionais e estrutura, queremos criar um Departamento de Futebol robusto, moderno e possibilitador de times realmente competitivos e que pratiquem um futebol ofensivo, alegre e vencedor, como exige a tradição da camisa mais pesada do futebol. Assim, queremos que a alegria volte à nossa torcida, com um time que entregue bons resultados e desempenho dentro de campo, e um outro time extremamente qualificado fora dele, para que essa performance gere receitas com maiores premiações, melhores vendas e um trabalho de marketing e finanças realmente diferenciado. Isso permitirá que a roda possa girar positivamente e o Santos tenha condições de ser permanentemente competitivo e cada vez melhor nos aspectos esportivo e financeiro.
FS: Clubes de expressão do nosso país, como Cruzeiro (MG), Botafogo (RJ) e Vasco (RJ), se tornaram Sociedade Anônima de Futebol (SAF), recentemente. O que você pensa deste modelo de gestão para o Santos?
Maruca: Avaliamos que o modelo do clube-empresa é uma das modalidades de gestão profissional de um clube de futebol bastante interessantes para o esporte moderno. Contudo, vamos estudar bastante o cenário e a decisão final será dos sócios, de acordo com os possíveis modelos a serem avaliados futuramente, se a gestão entender que o melhor caminho é o clube-empresa.
FS: Qual a sua opinião sobre o projeto de construção de uma nova Vila Belmiro, feito pela gestão de Andrés Rueda e em acordo com a empresa WTorre?
Maruca: É fundamental que o Santos tenha uma arena moderna o quanto antes: um estádio confortável, com comodidade, opções de lazer para santistas e frequentadores de modo geral. Além disso, um estádio desse porte e modernidade será, em dias sem jogo, uma opção muito inteligente, vantajosa e urgente para a modernização do clube e da marca, além de render um aumento considerável na arrecadação. Vamos estudar com muito cuidado o acordo feito com a WTorre, para identificar o que pode ser aprimorado, a fim de que o negócio firmado seja o melhor possível e oferte, quando o novo estádio estiver pronto, experiências inesquecíveis e ótimo retorno ao Santos e parceiros. Em paralelo, estaremos muito atentos às possibilidades de uso do Pacaembu e outras praças esportivas, talvez até mesmo para parcerias duradouras. O Santos sempre precisa pensar em quem tem dificuldades para ir à Vila Belmiro.
FS: Em dias de jogo na Vila Belmiro, não raro vemos cambistas vendendo ingressos em frente ao estádio ou em ruas próximas. No seu plano para candidato à presidente, você tem algum projeto para eliminar a pirataria de ingressos?
Maruca: Sim, já possuímos um plano para evitar que os ingressos sejam usados para cobrarem preços abusivos, pela ação de cambistas, assim como evitar que ingressos falsos sejam vendidos. Para nós, é muito importante que os tickets sejam vendidos por preços justos, desde os mais simples até os que contemplam benefícios extras, como os de camarotes, por exemplo. Assim, teremos uma presença considerável de pessoas das menores faixas de renda presentes em nossos jogos. O futebol é do povo e o público não pode ficar restrito a pessoas com melhores condições financeiras.