Foto: Bob Paulino/Agência Paulistão

O “sonho de verão” da Portuguesa Santista, com a vaga na Copa do Brasil após 20 anos de ausência e a expectativa pela acesso à Série A-1 do Campeonato Paulista em 2025, está se derretendo. Isso porque o montante conquistado pela participação na competição nacional foi bloqueado na Justiça devido a uma penhora com o ex-presidente da Briosa, entre 2016 e 2017, Lupércio Conde. Como consequência, o clube está com os salários de jogadores, comissão técnica e funcionários em atraso.

O presidente Sérgio Schlicht explica o motivo de a cota de participação na primeira fase da Copa do Brasil (R$ 787,5 mil) estar bloqueada na Justiça. “O que bloqueou a cota foi o processo do Lupércio Conde. Ele foi presidente em 2016, quando fez alguns aportes em dinheiro. O clube entende que isso realmente foi feito, mas ele disse que não cobraria a Portuguesa. Isso não ocorreu, ele acabou ganhando na Justiça”, revela.

De acordo com o mandatário, a sentença deferida ao ex-presidente, hoje em pouco mais de R$ 2 milhões, não contempla a premiação da Copa do Brasil. “A sentença diz que ele receberia esse valor com futuras arrecadações (vendas de jogadores ou valores que não fossem referentes a patrocinadores e à cota do Paulista). Acontece que, quando veio a cota da Copa do Brasil, ele entrou com um pedido solicitando esse valor (R$ 787,5 mil). Nós imediatamente entramos com um agravo para bloquear o dinheiro porque entendemos que não é uma entrada eventual como está no processo e, sim, uma cota de participação”.

Outro lado

Procurado, Lupércio Conde deu sua versão. “No meu mandato fizemos uma reformulação no clube, que contava com dívidas para todos os lados, e praticamente quitamos com a colaboração de outros diretores. Um ano após o término da minha gestão, eu procurei a diretoria da Portuguesa solicitando que me enviassem um documento do meu crédito. Eles começaram a colocar em dúvida os valores que eles mesmos colocaram em nota e me mandaram procurar meus direitos na Justiça. Nunca cobrei o clube, o próprio Conselho (Deliberativo) confirmou que esse valor emprestado eu não iria retirar do clube em si, mas me beneficiaria de uma venda futura de jogador ou um dinheiro extra do time”, conta.

Conde diz que o crédito recebido pela equipe Rubro-Verde em razão da participação na Copa do Brasil foi pleiteado pelo seu advogado e que o atual presidente do clube lhe procurou pedindo ajuda com os salários atrasados. “Respondi que iria verificar com o meu advogado para ver quando o dinheiro seria liberado. Foi quando descobri que a diretoria entrou com o agravo bloqueando (o dinheiro). Independentemente disso, me prontifiquei a ajudar. Mas liguei para o presidente dizendo que ele não foi correto ao não falar sobre o agravo”, relata.

Pensando nisso, a atual comissão técnica da Portuguesa Santista entrou em contato com o ex-presidente pedindo ajuda com salários atrasados; que fosse realizada uma conversa com os atletas e que ele assistisse a um jogo em Ulrico Mursa. “Fui ver o jogo e ficamos de conversar. Lamentavelmente, fui achincalhado pouco antes de descer (aos vestiários) e tive que sair. Além disso, quando cheguei no meu carro, ele estava com os quatro pneus murchos”, lamenta.

Com informações de A Tribuna