Artistas, coletivos e demais trabalhadores ligados à Cultura divulgaram uma petição pública, com o objetivo de declarar estado de emergência no setor em todo o estado de São Paulo. A situação vem se agravando com o avanço da pandemia do coronavírus.
Na Baixada Santista a situação não é diferente. “Nós nos juntamos nesse grito pela sobrevivência de milhares de trabalhadores da Cultura”, afirma Caio Martinez Pacheco, articulador, diretor teatral, integrante do Conselho de Cultura de Santos e representante do Fórum do Litoral, Interior e Grande São Paulo.
“O governo do estado precisa apontar alguma solução que possa mitigar essa terrível conjuntura. Outros estados já estão efetivando medidas. Em São Paulo, o que temos da parte do governo estadual é o abandono completo, deixando todos os esforços a cargo das prefeituras, por meio das Secretarias e Departamentos de Cultura”, acrescenta.
“Aqui na Baixada, apenas Santos já iniciou a distribuição de cestas e de outras ações. É urgente que as demais cidades da região efetivem propostas nesse sentido. Temos um enorme contingente de trabalhadores da Cultura em condição de extrema vulnerabilidade, principalmente nas periferias da região”, completa Pacheco.
A proposta da prefeitura de Santos é que, nos próximos três meses, a Secretaria de Cultura (Secult) vai distribuir cestas básicas para 415 famílias cadastradas junto ao Conselho Municipal de Cultura e aos movimentos culturais da cidade. Além dos mantimentos, as famílias vão receber livros do projeto “Leia Santos – Um Incentivo à Leitura”.
A petição
De acordo com a petição, “o setor cultural do estado de SP perdeu quase tudo, inclusive a paciência. Chegamos ao limite. Vivenciamos um dos momentos mais críticos para a Cultura em nossa história, com milhares de trabalhadores e trabalhadoras do setor desempregados e abandonados. Além do desemprego, artistas, técnicas e técnicos, produtoras e produtores culturais, estão desamparados, adoecendo, morrendo de Covid-19 e outras enfermidades. Colegas se contaminam pela necessidade de se expor para seu ganha-pão emergencial e cumprir prazos absurdos impostos pela Secretaria de Cultura”.
Outro trecho do documento: “Diversos espaços e centros culturais também estão fechando as portas definitivamente, especialmente no primeiro trimestre de 2021 – após resistirem ao máximo, alguns com vários anos de tradição e, além deles, há um sem-número de outros espaços menores que são forçados a abdicar do fazer cultural para se aventurarem em outras áreas, que promovam qualquer rendimento para a sobrevivência imediata”.
“É preciso registrar ainda o absoluto descaso com técnicas/os que trabalham nos bastidores dos eventos e espetáculos, todo o pessoal ‘da graxa’, que não foram devidamente atendidos pela Lei Aldir Blanc, como necessitavam. Ao contrário, o valor vergonhoso oferecido a estes profissionais essenciais e imprescindíveis só os deixou tão desamparados que muitos foram obrigados a sobreviver, com suas famílias, por meio de cestas básicas entregues por amigos, cooperativas e sindicato, associações comunitárias, através das tantas campanhas solidárias”.
Segundo o documento, a Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa não oferece ao setor quase nenhuma alternativa de amparo ou plano de apoio emergencial diante da crise.
“Pelo contrário: estamos sem respostas a dezenas de perguntas que já fizemos por todos os canais de comunicação oferecidos pela própria Secretaria, que não retornam com soluções ou prazos adequados”, destacam.
Veja aqui o link para a carta e petição online.