Alunos da rede pública de Cubatão terão a oportunidade de assistir, pela primeira vez, uma produção do Teatro Cego. Nesse formato, a peça acontece completamente no escuro e a plateia é distribuída em cadeiras que intercalam cenários e objetos de cena. O espetáculo proporciona uma experiência única ao público, fazendo com que as pessoas compreendam a trama através de seus outros sentidos, por meio de aromas, música e sensações táteis.
As apresentações da peça “Clarear – Somos todos diferentes” vão acontecer na Estação das Artes, nos dias 5, 6 e 7 de junho, com duas sessões por dia, às 10 horas e 15h30, com 80 espectadores por sessão. Os ingressos para a peça serão gratuitos e distribuídos, exclusivamente, para escolas públicas do município. Além disso, serão disponibilizados transporte e lanche para todos os jovens participantes.
Nesta montagem, com direção de Paulo Palado, o tema também é totalmente voltado para a questão da integração e da inclusão social. Cinco jovens dividem a mesma república. Uma com deficiência visual, um auditivo, uma cadeirante, um argentino e uma torcedora fanática de um pequeno time local (em cada cidade será nomeado o time para qual ela torce). “É uma peça leve e bem-humorada que vai mexer com a sensibilidade dos alunos”, destacou o diretor.
A trama mostra a superação de dificuldades de comunicação e convivência, através da sinergia da amizade, em um espetáculo de 40 minutos. O texto é de Sara Bentes e o elenco é composto por Luma Sanches, Ghell Silva e Paulo Palado.
“O projeto Clarear Pra Juventude é muito mais do que simplesmente uma temporada de um espetáculo teatral. O objetivo do projeto é criar um verdadeiro ciclo social e cultural, organizando debates com o intuito de discutir com o público presente nas apresentações teatrais, soluções para questões como acessibilidade e inclusão social”, relatou o diretor.
No local, os jovens serão recepcionados por monitores e, após cada uma das apresentações, também na completa escuridão, poderão assistir a uma palestra, seguida de uma roda de conversa. Durante o bate-papo, o público, privado da visão, será convidado a discutir com os artistas e produtores do espetáculo questões como a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, acessibilidade em locais públicos para cegos, deficientes auditivos e cadeirantes, políticas públicas voltadas ao bem-estar de pessoas com deficiência etc.
“O propósito é fazer com que surjam, através desses debates, novas ideias e possibilidades que possam vir a ser colocadas em prática, com o intuito de criar novas expectativas e possibilidades às pessoas com deficiências”, afirmou Paulo.
Ao final da peça, cada aluno receberá um gibi em quadrinhos com temas debatidos no espetáculo. Os professores também receberão uma cartilha que abrange a questão da acessibilidade e inclusão social a pessoas com deficiência, para posterior discussão em sala de aula.
Sobre o Teatro Cego
Desde 2012, a C-Três Projetos Culturais vem desenvolvendo o Teatro Cego, um formato teatral onde a peça acontece completamente no escuro.
A peça teatral tem em seu elenco atores com deficiência visual, cumprindo, assim, um papel social através da arte. Porém, para que haja uma integração, o elenco nunca é formado só por atores com deficiência visual.
Outros espetáculos da companhia: “O Grande Viúvo”’, “Acorda, Amor!” e “Um Outro Olhar”. Mais informações no site.