Indiana Nomma interpreta Mercedes Sosa - Foto: Divulgação

Uma verdadeira maratona musical ocupa o Centro Histórico da cidade, neste final de semana. Até domingo (28), todos os caminhos levam ao Santos Jazz Festival, com programação plural e gratuita nos Arcos do Valongo.

A programação prevê grandes nomes do cenário nacional, participação de vários artistas locais e homenagens a ícones da música, como Mercedes Sosa e Dorival Caymmi.

A programação deste sábado (27) tem início às 15 horas, com o show “Canais Musicais”. Zuzo Moussawer traz sua bagagem como profissional ligado à trilha sonora, em que une som e imagem e faz uma declaração de amor a Santos, tendo como símbolo as particularidades de cada um dos sete canais e as regiões de seus entornos.

Em seguida, Cleyton Menezes & Banda trazem o show “Multiplicidades Brasileiras”, exaltando as diferentes manifestações culturais do país.

A música latina ganha o palco em duas apresentações muito especiais: a banda Quimbará celebra a era de ouro da música cubana, num especial que explora a musicalidade do bolero e do chá-chá-chá.

Este show é uma declaração de amor à cultura de Cuba e à força do lendário Buena Vista Social Club. A apresentação conta com uma participação especial da atriz e cantora Mayana Neiva.

“A voz dos sem voz”

Um dos momentos mais aguardados do festival vem na sequência, com o espetáculo da cantora Indiana Nomma, “A voz dos sem voz”, reconhecido pela família de Mercedes Sosa e pelo governo da Argentina como seu único tributo oficial.

Ativista de esquerda, comunista, La Negra, como era conhecida em referência à ascendência indígena, foi perseguida pela ditadura militar e presa em pleno palco no final na década de 1970. Retornou do exílio em 1982. Em um contexto de censura e violência, sua música se tornou a voz dos oprimidos que resistiam ao autoritarismo no continente.

Apresentado no formato voz e violão, com o violinista André Pinto Siqueira, o repertório escolhido por Indiana Nomma traz um recorte de canções consagradas na memória afetiva do público, como “Gracias a La Vida” e “Todo Cambia”.

“Dança do Tempo”

Para fechar a noite, o maestro Ubiratan Marques traz ao palco do Santos Jazz o trabalho “Dança do Tempo”, com os pés fincados na tradição afro-brasileira e, também, em sua herança sertaneja.

Baiano, é fundador da Orquestra Afrosinfônica, integrante do fenômeno Baianasystem. Ubiratan é maestro, pianista, compositor, arranjador e educador.

Tássia Reis fecha com chave de ouro a segunda noite de programação no Centro Histórico, com o show “Bem Longe do Fim”, misturando jazz, samba, rap e revisitando seus dez anos de carreira.

Saideira

O último dia de festival, domingo (28), começa abrindo espaço para a educação musical. A Camerata de Violões do Projeto Guri de Santos se apresenta às 14h30.

Em seguida, a música latina instrumental surge com Varo, representando a junção artística dos músicos Felipe Romano, percussionista, baterista, compositor e mestre do maracatu Quiloa, e Heitor Vallim, compositor com trabalho em trilhas sonoras de curtas.

Logo depois é a vez de Claudio Celso, que divide sua vida artística entre o Brasil e os Estados Unidos desde 1978. Para o Santos Jazz sobe ao palco com Duda Neves (bateria) e Pichu Borelli (baixo), prometendo unir forró pé de serra com jazz fusion.

O grande encerramento traz “Uma Ode a Dorival Caymmi”, homenagem ao mestre baiano, que completaria 110 anos. O bluseiro Adriano Greniberg faz um verdadeiro mergulho na obra do artista, que em suas composições traz os hábitos, costumes e tradições de sua gente, com olhar especialmente voltado aos trabalhadores do mar, em canções imortais como “Promessa de Pescador”, “É Doce Morrer no Mar” e “Canto de Nanã”.

Ao final, o Clube do Balanço apresenta o show que comemora seus 25 anos de carreira. Apaixonados por música instrumental, regada à pitada de jazz, os músicos trarão samba-rock com seus grandes clássicos cantados na voz de Tereza Gama.

Realização

O 12º Santos Jazz Festival tem patrocínio das empresas Compass e Santos Brasil, por meio de chancela da Lei Federal Rouanet do Ministério da Cultura. Correalização: Prefeitura Municipal de Santos. Apoio Institucional: Sesc Santos e Secretaria Municipal de Cultura.

O projeto conta também com emenda parlamentar dos vereadores Benedito Furtado, Bruno Orlandi, Cacá Teixeira, Chico Nogueira e Marcos Libório.

Confira aqui a programação completa.