Julinho Bittencourt - Foto: Bruno Santana/Divulgação

cantor e compositor Julinho Bittencourt acaba de lançar, nas plataformas digitais, o EP “Gaia Gaia”, produzido e arranjado por André Abujamra. O projeto traz quatro canções com vários parceiros e forte traço político. Uma delas, a que dá nome ao trabalho, aparece em duas versões.

Julinho conta com os parceiros Renato Rovai, Marcos Canduta e Rodrigo Savazoni.

“Padre Julio”

Entre as músicas está “Padre Julio”, mais uma das inúmeras parcerias do autor com Marcos Canduta, que faz homenagem ao emblemático Padre Julio Lancellotti, vigário da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo. A canção conta com a participação no canto de André Abujamra.

“Não gosto de fascista”

A única das quatro que foi totalmente escrita por Julinho tem o simbólico título de “Não gosto de fascista”, e é uma irônica canção de repúdio, que foi revestida por Abujamra com uma grande polifonia que persegue os versos.

“Gaia Gaia”

A canção-título é uma composição em parceira com o jornalista e produtor cultural Rodrigo Savazoni que faz um apelo tropicalista pelo meio ambiente. Na versão que abre o EP, Julinho canta acompanhado apenas por seu violão.

Na versão “Gaia Gaia – remix Treme Terra”, Abujamra incluiu ao apelo à “vida que pulsa pura” uma enorme batucada repleta de bumbos, repiques e esperança.

“A Lia”

O disco traz ainda a comovente canção “A Lia”, feita inadvertidamente por Julinho em parceria com o jornalista Renato Rovai poucas horas antes da amiga homenageada partir. Nela, além da voz e do violão do autor, Abujamra acrescentou acordes suaves de piano e uma leve percussão, que embalam de maneira sensível o acalanto.

“Gaia Gaia” foi gravado ao longo de 2022 e encerrado no início de 2023, em uma prazerosa troca de sons entre o autor (Julinho) e o produtor (André Abujamra).

“Mandava as primeiras gravações para o André, que fazia sugestões e perguntas sobre as intenções sonoras e partia para o trabalho”, afirma Julinho. “O melhor de tudo era receber seus sons de volta, que chegavam feito roupas de alta-costura, que sempre vestiam e enriqueciam as canções de maneira bela e surpreendente”, encerra.

Sobre a gravação, André Abujamra comenta: “O Julinho é uma pessoa maravilhosa que me entrevistou quando eu fiz a trilha do Bruno Pereira, o indigenista morto junto com o jornalista inglês Dom Philips”, lembra o músico.

“Ele falou que tinha ouvido alguma coisa que eu produzi e disse: ‘nossa, eu queria que você me produzisse’, e eu respondi: ‘claro que eu produzo’. E o trabalho dele é muito bonito, a poesia é muito interessante e eu fiz com muito carinho, muito amor e eu quero dizer que para mim é uma honra ter feito esse EP com ele”, conclui.

O álbum “Gaia Gaia” tem a capa de Rodrigo de Freitas e foto de Ana Santos.

O autor

Julinho Bittencourt é cantor, compositor, jornalista, crítico de música e autor teatral. O EP “Gaia Gaia” é seu quarto álbum, gravado após “TerraMar”, lançado em 2019.

O primeiro, “Caiçara”, de 1996, contou com a participação de Renato Teixeira na canção “Passagem do Tempo”. Já o segundo, “Os Choros, Sambas e Canções que a Gente Mesmo Faz”, foi gravado em parceria com o duo Choro de Bolso, que conta com Débora Gozzoli, na flauta e Marcos Canduta, no violão.

Para ouvir “Gaia Gaia”, clique aqui.