Como importante polo cultural, a Baixada Santista, historicamente, se caracteriza por revelar ao Brasil personalidades que fizeram e fazem diferenças em suas respectivas áreas de atuação, seja na dramaturgia, na música, literatura, política ou esporte.
Muitos são nacionalmente conhecidos por seu vínculo com a região. Existem até mesmo aqueles que não nasceram por aqui, mas desenvolveram forte identificação com a Baixada, como Pelé, é claro, que nasceu em Três Corações (MG), e o cantor Chorão, natural de São Paulo, que se radicou em Santos aos 17 anos.
Apesar de certamente deixar muita gente boa de fora, o Folha Santista destacou 12 pessoas conhecidas no país todo e que nasceram na região e talvez você não saiba disso. Veja:
Preta Rara – Nascida e criada em Santos, Joyce Fernandes se tornou Preta Rara, usando como nome artístico o apelido dado por sua mãe. Ela achava que a menina gostava de “coisas diferentes” das outras garotas.
A arte e o ativismo se confundem na vida de Preta Rara. Seus projetos envolvem rap, literatura e moda. Todos são usados como ferramentas para discutir e combater temas como racismo, gordofobia, machismo e feminismo.
Tulipa Ruiz – Cantora, compositora e ilustradora santista, Tulipa Ruiz passou a infância em São Lourenço (MG). Por influência do ambiente musical familiar, ela trabalhou em uma loja de discos. Aos 22 anos, foi para São Paulo cursar Comunicação na Pontifícia Universidade Católica (PUC).
Trabalhou quase uma década como jornalista até conseguir um espaço na cena musical. A artista fez seu primeiro show solo em 2009. Passou a receber vários elogios da crítica e acabou gravando o álbum “Efêmera”, muito bem recebido.
Sombrinha – Um dos sambistas mais premiados do país, Montgomery Ferreira Nunis, ou simplesmente Sombrinha, nasceu em São Vicente e, além de cantor e compositor, toca cavaquinho, bandolim, banjo e violão.
Autodidata, Sombrinha, aos 18 anos, já era profissional, gravando com Baden Powell e Originais do Samba. A carreira decolou no Rio de Janeiro, onde fundou o grupo “Fundo de Quintal”, ao lado de Almir Guinéto, Jorge Aragão, Bira, Ibirany, Sereno e Neoci. É gravado por grandes nomes da MPB.
Caio Castro – Aos 18 anos, Caio saiu da casa dos pais, em Praia Grande, onde nasceu, e foi para o Rio de Janeiro, atrás do sonho de se tornar ator. Antes de concretizá-lo, foi dono de restaurante, de casa noturna e de hamburgueria.
A primeira vez que apareceu na TV foi em 2007. Foi escolhido para integrar o elenco da 15ª temporada de “Malhação”. Sua primeira novela foi “Ti, Ti, Ti”, na Rede Globo, em 2010. De lá para cá, participou de inúmeras novelas.
José Roberto Torero – Jornalista, escritor, cineasta e roteirista, o santista José Roberto Torero iniciou sua carreira de cronista no “Jornal da Tarde” para, em seguida, se dedicar a escrever sobre futebol na revista “Placar” e no jornal “Folha de S. Paulo”.
Torero é autor de inúmeros livros, como “O Chalaça”, ganhador do tradicional Prêmio Jabuti, em 1995. Também escreveu roteiros para cinema, TV e longas-metragens, como “Memórias Póstumas”, “Pelé Eterno”, “O Contador de Histórias” e “Pequeno Dicionário Amoroso”.
Renato Teixeira – Cantor e compositor de conhecidos clássicos da MPB, Renato Teixeira nasceu em Santos e teve em “Romaria”, imortalizada por Elis Regina, seu maior sucesso.
Renato também é autor de “Tocando em Frente”, uma das inúmeras parcerias com Almir Sater, “Frete” e “Amanheceu”, entre muitas outras. É um ferrenho defensor da música de raiz, a chamada caipira, que sobrevive, mesmo com os desvios da música sertaneja.
Alexandre Borges – Filho de um conhecido diretor de teatro, Tanah Corrêa, o santista Alexandre Borges tem uma sólida carreira na arte de atuar. Iniciou sua trajetória trabalhando exclusivamente em teatro. Ele só apareceu na televisão depois de participar de filmes no cinema.
Na TV, Alexandre estreou na extinta Manchete, na novela “Guerra sem Fim”. Na Globo, o ator apareceu em 1994, na minissérie “Incidente em Antares”. Desde então, coleciona sucessos nas novelas da emissora.
Bete Mendes – Natural de Santos, Elizabete Mendes de Oliveira, ou Bete Mendes, é uma atriz com um currículo invejável. Começou a carreira antes da faculdade de Sociologia, na USP. Ela não pôde concluir o curso, porque foi proibida de frequentar universidades durante três anos, em consequência do seu envolvimento com o grupo de esquerda VAR-Palmares.
Em 1970 foi detida pela primeira vez pelo DOI-Codi, durante o regime militar. Alguns meses depois foi presa e torturada pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Sérgio Mamberti – Também nascido em Santos, o ator, diretor e produtor, Sérgio Mamberti, sempre levou em paralelo à sólida carreira na dramaturgia sua vocação para a militância política, desenvolvendo importantes projetos de fomento à cultura, desde o final da década de 1960.
Sérgio protagonizou inúmeros sucessos em papéis no cinema, como em “O Bandido da Luz Vermelha”, “Toda Nudez Será Castigada”; “O Homem do Pau Brasil”, “A Hora da Estrela” e “A Dama do Cine Shangai”, entre outros.
Celso Amorim – Um dos diplomatas mais reconhecidos do país, ministro das Relações Exteriores dos governos de Itamar Franco e Lula, além de ministro da Defesa na gestão de Dilma Rousseff, o santista Celso Amorim se formou no Instituto Rio Branco e fez pós-graduação em Relações Internacionais na Academia Diplomática de Viena, na Áustria.
Entre 1995 e 1999, foi chefe da Missão Permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), da qual chegou a ser presidente do Conselho de Segurança. Celso Amorim também foi embaixador do Brasil no Reino Unido antes de assumir o Itamaraty, em 2003, após convite do ex-presidente Lula.
José Miguel Wisnik – Natural de São Vicente, o ensaísta, compositor, pianista, cantor e professor universitário, José Miguel Wisnik, entre outros livros, é autor de “O coro dos contrários: A música em torno da Semana de 22”; “O som e o sentido: Uma outra história das músicas”; “Sem receita: Ensaios e canções”; “Veneno remédio: O futebol e o Brasil”.
Em relação às suas canções, Wisnik se caracteriza pelo lirismo. No entanto, ele transita por diversos outros estilos, como o pop e o canto falado, por exemplo.
Rogério Sampaio – Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, o judoca santista Rogério Sampaio, após a conquista, subiu de categoria. Depois disso, ganhou uma medalha de bronze no Campeonato Mundial de Judô, em 1993. Lesões prejudicaram a sequência de sua trajetória.
Depois de encerrar a carreira, Rogério passou a se dedicar à política esportiva. Chegou a ocupar a direção-técnica da Fundação Pró-Esportes de Santos (Fupes), foi diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.