Há 21 anos, a arte e a cultura do país perdiam o santista Plínio Marcos, no dia 29 de novembro de 1999. Dramaturgo, escritor e ator, ele é reconhecido como um dos principais talentos que o teatro brasileiro produziu.
A força social do trabalho de Plínio pode ser resumida em uma frase que ele próprio gostava de dizer: “Não faço teatro para o povo, mas em favor do povo. Faço teatro para incomodar os que estão sossegados”.
Para debater a vida e a obra de Plínio Marcos, a Unidade Classista Santos promove a live “Plínio Marcos Censurado”. O evento será nesta quinta-feira (19), a partir das 19 horas, e poderá ser acompanhado na página do Facebook e no canal do YouTube da Unidade Classista Santos.
Participam da live Kiko Barros, filho de Plínio e curador da obra do pai; Júlio Calasso, diretor do espetáculo “Plínio Marcos, nas Quebradas do Mundaréu”; e Dino Menezes, diretor, produtor e militante audiovisual.
A mediação estará a cargo de Mishelle Domingues, secretária de organização da Unidade Classista Santos, Comitê Laudelina de Campos Mello.
“Nosso homenageado fez história e é considerado um dos mais importantes dramaturgos brasileiros. Através de sua rebeldia, não fazia questão de agradar ninguém. Sua obra, mesmo tendo a diversidade como característica, sempre retratava a realidade do povo”, afirma Mishelle.
“Com um humor extremamente ácido, marcou a história cultural de um país que pouco valoriza a classe artística, mesmo lucrando rios de dinheiro através de seus trabalhos. Plínio Marcos era um crítico da sociedade”, resume a mediadora da live.
Dificuldades do setor
Além do trabalho de Plínio, especificamente, os convidados debaterão sobre como a cultura no Brasil resiste a uma política de desinvestimento de longa data, o que aumenta a informalidade e a precarização da classe de trabalhadores.
“Até 2018, o setor empregava cerca de 5 milhões de pessoas em todo o país, com participação de 2,5% no PIB, segundo a Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Se não bastassem todas as dificuldades da classe artística, veio a pandemia, em 2020, e agravou ainda mais o setor, com aumento substancial do desemprego e instabilidade. Em meio a um ‘desgoverno’, que despreza a arte, a cultura e a educação de seu povo, como resistir a tantos ataques? Como estaríamos todos nós sem cultura durante a pandemia?”, questiona Mishelle.
