Foto: José de Holanda/Divulgação

O cantor e compositor Chico César, que se apresenta em Santos no final de março, fez um manifesto de solidariedade, em sua conta do Instagram, nesta quinta-feira (27), à banda Janete Saiu pra beber que, segundo seus integrantes, foi proibida de tocar a canção de Chico Science “Banditismo por uma questão de classe”.

No manifesto, Chico diz: “Solidariedade à banda @janetesaiuparabeber censurada e proibida de tocar Chico Science em Pernambuco pela PM local. Abuso de autoridade! Isso tem de acabar, logo. Fogo nos fascistas!🔥 PS: leiam no perfil da banda aqui ficou um pouco confuso”.

Bandas que foram contratadas para tocar em polos de folia viveram momentos de tensão com a Polícia Militar de Pernambuco na segunda e terça-feira de Carnaval. Elas relataram que foram proibidas e até ameaçadas de prisão porque cantavam uma música de Chico Science chamada “Banditismo por uma questão de classe”. Um trecho da canção diz: “Em cada morro uma história diferente, que a polícia mata gente inocente”.

A cantora Zélia Duncan foi uma das que se manifestou com a frase: “Vamos todos tocar Chico Science”.

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A banda Janete Saiu Para Beber escreveu em suas redes sociais que se apresentavam na Rua do Apolo, no Bairro do Recife, na segunda-feira (24), quando foram interrompidos.

“A Polícia Militar fez uma barreira entre o público e a banda. Tivemos que parar o show com ameaça de levar nosso vocalista preso. A produção foi incrível e conseguiu reverter a situação, mas o mais absurdo foram os argumentos: Chico Science não pode tocar, não pode!”, relatou a banda, em texto publicado no Instagram.

A banda Devotos também sofreu censura durante apresentação no polo Várzea, na terça-feira (25). Depois tocarem a mesma música de Science, os integrantes disseram ter sido alertados pela PM que o show seria encerrado caso insistissem nessas canções.

Nota da PM

Em nota, a Polícia Militar afirmou que “não há qualquer tipo de proibição à exibição de nenhuma música durante o Carnaval ou em qualquer época do ano. O efetivo somente orienta a suspensão de blocos que tenham estourado o tempo previsto para o desfile, por causa do planejamento operacional, que provoca o recolhimento da tropa após a dispersão dos foliões. Deixar que a festa prossiga sem a presença de policiais colocaria em risco a segurança de todos. Os organizadores das agremiações que acreditem ter havido algum abuso deve procurar o Batalhão responsável ou mesmo a Corregedoria Geral, para formalizar uma queixa e possibilitar uma detalhada apuração de todos os fatos”.

Com informações do Jornal do Comércio