Enquanto no mundo inteiro navegamos em mares de incertezas e aqui no Brasil não conseguimos enxergar um horizonte pós-pandemia, especialmente para a classe artística, no último final de semana aconteceu, no estado do Arkansas, nos Estados Unidos, o primeiro show, ao vivo, desde a eclosão da Covid-19.
O cantor Travis McCready (também vocal da banda de blues rock Bishop Gunn) apresentou-se com sua banda para uma plateia que, por ordens restritivas, ocupava apenas 20% da capacidade de público do TempleLive, de Fort Smith.
O evento sofreu algumas ameaças de cancelamento, mas seguiu à risca as orientações da OMS: público de máscara, com medição de temperatura na entrada e marcas no chão, indicando a distância regulamentar de um metro e meio entre cada pessoa da audiência.
Logicamente, o medo do contágio também foi um fator que reduziu o público a apenas 200 pagantes.
Segundo a revista Rolling Stone, que cobriu o evento, “a banda seguiu normalmente seu roteiro de show, mas quando os holofotes na frente do palco iluminaram um teatro de 1.100 lugares quase vazio durante o set, a realidade da situação ficou clara. O primeiro concerto socialmente distanciado nos EUA parecia mais um ensaio geral do que uma experiência típica de concerto”.
Essa é uma realidade com a qual muito provavelmente iremos conviver, pelo menos por alguns meses daqui por diante. Mas como será que ficam os pequenos? Os pequenos bares, as pequenas casas noturnas? Será que o auxílio de empréstimos do governo poderá ser aproveitado pelos empresários da noite para que possamos retomar nossas atividades minimamente, quando a tal curva começar a cair?
No primeiro artigo que escrevi para o Folha falei sobre a possibilidade de união entre músicos e donos de casas noturnas. Assim como muitas ações conjuntas e/ou beneficiárias que já deveriam acontecer antes, acabaram acontecendo por causa de tudo o que estamos passando. essa união entre artistas e empresários vai ser fundamental para a sobrevivência de todos.