O que há em comum entre o Santos Futebol Clube e o Titanic? A resposta é o dia 14 de abril de 1912. Nesta data, o Peixe “nasceu” para o mundo e o icônico navio protagonizou um dos maiores naufrágios da história. O ponto convergente termina aí.
Na tarde daquele 14 de abril, na antiga Rua do Rosário, nº 18 (hoje, Rua João Pessoa, nº 8/10, em Santos), na sede do Clube Concórdia, Centro, uma reunião na parte superior da padaria A Suíssa, dava início ao caminho de um dos times mais vencedores do mundo.
Nesta terça-feira (14), o Peixe comemora 108 anos de existência. Mesmo sem festa, abraços ou eventos de gala, em tempo de quarentena, sempre é bom recordar o clube que é dono de uma história marcante no futebol nacional e internacional.
Há inúmeras peculiaridades e místicas que envolvem o Santos ao longo de sua trajetória. Uma das mais recentes contraria o ditado que apregoa que “um raio não pode cair duas vezes no mesmo lugar”.
Para começar, a Vila Belmiro viu nascer para o futebol o lendário Pelé, com seus mais de mil gols, considerado até hoje pela maioria o jogador de futebol mais completo de todos os tempos.
Guardadas as devidas e mais do que necessárias proporções, a vocação do clube para revelar craques teve várias edições, especialmente ao longo das últimas décadas. No início dos anos 80, surgiu a primeira geração dos Meninos da Vila, que conquistou título e contava com Pita, Juary, João Paulo, entre outros.
Após longo jejum sem craques e títulos, o raio voltou a cair na Vila Belmiro e, no início da década de 2000, Robinho e Diego comandaram mais uma equipe multicampeã.
Cerca de uma década depois, um garoto tão magrinho quanto habilidoso despontava e era o protagonista de uma equipe que encantou o Brasil, com um futebol alegre, vistoso, ofensivo e vencedor.
Aplausos rivais
Esse DNA, propício a revelar craques, conquistar títulos e apresentar o que há de mais próximo do chamado futebol-arte, em várias épocas de sua história, faz com que o Santos consiga a proeza de agradar e arrancar aplausos, até mesmo, dos torcedores de equipes rivais.
Nem sempre isso acontece, é fato. No entanto, quem acompanha futebol há muitos anos sabe que o Peixe é um dos poucos clubes brasileiros que oferecem, de tempos em tempos, um time para empolgar o mais crítico dos críticos. Atualmente, as categorias de base do clube prometem lançar novos Meninos da Vila para breve.
Não é à toa que a galeria de troféus guarda uma infinidade de taças, entre elas: dois Mundiais; três Libertadores; Uma Recopa Sul-Americana; Uma Copa Conmebol: uma Copa do Brasil; oito Brasileiros; cinco Torneios Rio-SP; 22 Paulistas.
Sem festa
Infelizmente, o Santos foi obrigado a cancelar todas as festas que poderia e gostaria de fazer para comemorar seus 108 anos. Afinal, estamos todos em isolamento social, provocado pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo informações do Centro de Memória do clube, a única vez em que isso ocorreu foi em 1918, quando o Brasil viveu outra pandemia, a da gripe espanhola.
Apesar disso, para marcar a data, mesmo sem futebol e na expectativa de que tudo volte ao normal o mais rápido possível, alguns dos seus principais jogadores foram às redes sociais para deixar uma homenagem ao clube que os projetou para o mundo do futebol. Vejam as mensagens de Pelé, Robinho e Neymar.