O vereador Rui de Rosis (MDB) quer que os chuveirinhos espalhados pela orla da praia de Santos sejam pagos pelos usuários. Ele apresentou, na Câmara Municipal, um requerimento dirigido ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) solicitando um estudo de viabilidade para a implantação das novas unidades.
O vereador menciona dois argumentos para defender a medida. “O primeiro, e mais óbvio, é a preocupação ambiental. Ainda que com um valor simbólico, a utilização paga da água tende a fazer com que o consumo seja mais consciente.”
O segundo, de acordo com De Rosis, é o custo do serviço. “Tanto a água limpa, quanto a manutenção dos equipamentos (válvulas, encanamentos, limpeza etc.), demandam dinheiro. O valor poderia ser revertido para que os chuveirinhos estivessem sempre em melhores condições”, diz.
“Quanto ao mecanismo de funcionamento, é bastante simples. Um aplicativo de celular identifica, via QR Code, o chuveiro. O pagamento é feito de forma digital e a água é liberada por determinado período. O valor precisa ser definido via estudo, mas acredito que um valor simbólico é o ideal. Já traria o consumo consciente e a possibilidade de manutenção que esperamos com a medida”, completa.
Medida segregacionista
Pela proposta, a pessoa teria que ter à disposição um celular cadastrado com um método de pagamento, o que poderia restringir o uso do equipamento público. É o que aponta a vereadora Telma de Souza (PT), que se posiciona contra a iniciativa: “O fundamental é manter o processo de controle do desperdício da água e, nunca, restringir o seu acesso a qualquer pessoa que procure usá-la. Trata-se de uma questão administrativa, que não parte para deliberação da Câmara. No entanto, em essência, eu não apoio a cobrança”.
A ideia não é novidade na cidade, de acordo com Telma. “Há algum tempo, a prefeitura de Santos cogitou implantar a cobrança pelo uso dos chuveirinhos. Porém, recuou pela repercussão negativa junto à população. Por enquanto, é só um requerimento proposto por um vereador, não quer dizer que a prefeitura adotará a solicitação, necessariamente”, afirma.
Chuveiros são pagos em Itapema (SC)
Segundo De Rosis, a ideia dos chuveiros pagos surgiu depois que um vídeo da cidade de Itapema, em Santa Catarina, viralizou em Santos. “Recebemos diversas solicitações para que a ideia fosse implantada. Depois disso, passamos a pesquisar os mecanismos e motivações para a iniciativa.”
Na cidade catarinense o sistema funciona da seguinte maneira: a cobrança é feita por meio de um aplicativo com código QR Code, disponível para iOS e Android. O cadastro dos usuários dá direito a dez créditos gratuitos para cada banhista. Depois que os bônus forem utilizados, será necessário adquirir mais crédito no próprio aplicativo, ao custo de R$ 1,00. Cada crédito permite uma ducha com duração máxima de 1 minuto.
A assessoria de imprensa do vereador De Rosis nega que a medida seja elitista e segregacionista. “É importante salientar que a ideia dos chuveiros de praia pagos nasceu de um pedido popular. Portanto, tratá-la como elitista é um contrassenso”, diz.
Vereador quer chuveirinhos pagos na orla santista
Proposta do vereador Rui de Rosis prevê que as duchas, hoje gratuitas, sejam pagas por aplicativo via celular