Cleide Renata Marques estava grávida de 13 semanas - Foto: Arquivo pessoal

Uma mulher de 43 anos morreu, neste domingo (22), no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos. A auxiliar de enfermagem Cleide Renata Marques estava grávida de 13 semanas e estava com sintomas similares aos do novo coronavírus. Não é possível confirmar se ela estava infectada, pois o resultado do seu teste ainda não foi divulgado.

De acordo com a filha de Cleide, Bruna Marques, a paciente tinha asma e apresentou um quadro de febre, no dia 14, após passar alguns dias em São Paulo.

Como a mãe não melhorava, Bruna a levou à maternidade do Hospital São José, em São Vicente, onde ela atendida e logo foi transferida para o Hospital Municipal de São Vicente.

Na segunda unidade de saúde, segundo a filha, Cleide ficou quatro horas em atendimento, foi medicada e liberada. “Aquele dia o hospital estava um caos. Não tinha álcool gel e não deram nenhuma máscara para nós. Ela saiu de lá com o acesso venoso ainda no braço, um absurdo”, afirma Bruna, ao G1.

Depois, disso, a filha resolveu encaminhar a mãe ao Guilherme Álvaro. Lá ela foi internada, isolada e passou a receber atendimento médico.

Em seguida, foi diagnosticada com pneumonia e testada para coronavírus e H1N1. Na terça (17), Cleide foi levada para a UTI. “Na quarta (18), os médicos me disseram que ela estava estável, que a gravidez ia bem, sem nenhuma complicação e que eles estavam tratando”, conta Bruna.

A auxiliar de enfermagem piorou na tarde de quinta-feira (19) e teve de ser sedada e entubada. Ela perdeu o bebê no mesmo dia, por falta de oxigenação para a criança.

“Os médicos me falaram que, apesar disso, seu quadro era estável e que estava respondendo ao tratamento. Eles me falaram que iam deixá-la na sedação por causa da falta de ar e porque ela era muito agitada”, disse Bruna.

No sábado (21), a filha foi visitá-la e os médicos disseram que a sedação da mãe seria retirada na segunda, com o objetivo de observar se ela reagiria.

Cleide piorou e morreu na madrugada de domingo (22). Os médicos disseram, ainda segundo Bruna, que ela teve uma parada respiratória, em função da pneumonia aguda e complicações respiratórias.

Após a morte de Cleide, a família foi orientada a aguardar o resultado do teste, que foi encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz, e ficar em isolamento doméstico.

Posicionamento

A Secretaria de Saúde do Estado divulgou, em nota, que a paciente tinha outras comorbidades. Além disso, foi colhida amostra para análise laboratorial, visando confirmação ou descarte para o novo coronavírus.

Ainda conforme a nota, a investigação epidemiológica de casos suspeitos da doença, bem como orientações e condutas para eventuais contatantes, é responsabilidade do município de residência do paciente.

Com informações do G1