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Por Revista Fórum

O jornalístico Fantástico, da TV Globo, abriu sua edição deste domingo (12) com uma reportagem sobre o negacionismo daqueles que insistem em não utilizar a máscara de proteção contra o coronavírus.

O programa revelou que, apesar ser um consenso entre a comunidade científica mundial que o uso da máscara reduz o risco de transmissão do coronavírus, há pelo menos três pessoas no Brasil que entraram na Justiça para poderem andar nas ruas livremente sem usar a proteção.

O destaque da matéria foi para o advogado de Santos (SP), Carlos de Paula Júnior, que em abril conseguiu uma liminar da Justiça para não usar máscara.

Entrevistado pela reportagem da Globo, Júnior ligou para a emissora poucos minutos antes do programa pedindo para que sua entrevista não fosse exibida, mas o corpo editoral do programa avaliou que a matéria deveria, sim, ser exibida, e fez questão, inclusive, de anunciar que tomou tal decisão.

“Nós temos garantias legais, liberdades individuais , não é razoável punir as pessoas”, disse o advogado à Globo, usando um argumento de que a máscara retira a “identidade” das pessoas.

O repórter foi enfático e destacou que a eficácia da máscara contra o coronavírus “não é uma questão de opinião”, ao que o homem seguiu insistindo, afirmando que “nem a OMS tem certeza que assintomáticos podem transmitir o vírus”.

Para o antropólogo Roberto DaMatta, que foi entrevistado pelo Fantástico, a recusa de algumas pessoas em usar máscara revela uma característica do brasileiro. “A recusa é nossa resistência contra alguma coisa que iguala todas as pessoas, e torna todo mundo anônimo. É a sociedade do ‘você sabem com quem está falando’”.

Na mesma reportagem, o programa destacou que o presidente Jair Bolsonaro, por inúmeras vezes, desrespeitou as recomendações de seu próprio Ministério da Saúde sobre o uso de máscara e, agora, foi contaminado pela Covid-19.