O Sindicato dos Jornalistas cobra medidas urgentes do Grupo A Tribuna-Divulgação/Solange Santana

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) quer medidas enérgicas do Grupo A Tribuna de Santos para garantir a saúde dos profissionais durante a pandemia do coronavírus (COVID-19). Na quinta-feira (19), jornalista do setor impresso teve resultado positivo no teste realizado pelo Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

O Sindicato informou que tem apurado a situação e questionou a empresa sobre quais as medidas tomadas quanto àqueles que tiveram contato, dias antes do aparecimento dos sintomas, com a pessoa infectada. A Tribuna também foi indagada a respeito de uma lista de recomendações do sindicato, enviada em 17 de março, para preservar um ambiente saudável de trabalho aos jornalistas do impresso e da TV no período da pandemia (clique aqui para ler as recomendações).

Nesta segunda-feira (23), a Supervisão de Recursos Humanos (RH) respondeu ao Sindicato que o grupo empresarial está “tomando as medidas necessárias à prevenção e a propagação do coronavírus”, que as sugestões enviadas pelo Sindicato haviam sido aplicadas na empresa, e que, a partir de sexta feira (20), foi adotado o “home office para parte da equipe”.

Afirmou, ainda, o RH: “Todos os colaboradores que tiveram contato imediato (com jornalista que contraiu) foram contatados e estão todos bem, sem apresentar qualquer sintoma”. E continua: “A regra geral para a empresa é de que o colaborador que apresentar quaisquer sintomas relacionados ao vírus deve ficar imediatamente em isolamento”.

De acordo com o Sindicato dos Jornalistas, essa regra geral a que se refere o Grupo A Tribuna não é nada satisfatória para assegurar as condições de trabalho dos jornalistas. No Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde, considera-se contato imediato, por exemplo, uma pessoa que esteve num ambiente fechado (como uma sala de redação) ou frente a frente com alguém infectado por 15 minutos, ou mais, e a uma distância inferior a dois metros.

A empresa não citou a realização de nenhum teste de coronavírus com essas pessoas que tiveram contato com o jornalista infectado. Muito menos as colocou em quarentena, como fez, na sexta-feira (20), a TV Clube, afiliada da Globo no Piauí, após o jornalista Marcelo Magno ser diagnosticado com a doença.

Ao contrário, segundo o Sindicato, A Tribuna colocou gente em home-office tardiamente. Pior: ainda há gente trabalhando na redação.

O Sindicato analisa providências a adotar em relação ao Grupo A Tribuna e demais empresas que não estão procedendo com rigor em defesa da saúde dos jornalistas.